O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Espírito Santo (OAB-ES), José Carlos Rizk Filho, viveu momentos de tensão na tarde de quarta-feira (10), quando o piloto do avião em que ele estava precisou fazer um pouso forçado em uma praia em Maricá, no Rio de Janeiro. Apesar do susto, ele afirmou que teve muita fé e sentiu que não era um momento de partida. "Sou muito grato a Deus por essa oportunidade", disse em trecho de um vídeo (veja acima).
Rizk afirmou que os ocupantes já estavam se preparando para o pouso quando o motor da aeronave parou de funcionar. "Chegando em Niterói (RJ), sobrevoando o mar, o motor parou. Simplesmente parou. Como o motor de um carro que faz um barulho, ele para de fazer barulho, a hélice para e o piloto começa a forçar, como um carro que morre, e pega de novo. Ele tenta forçar, e aí a gente vê que realmente está tendo um problema muito grave", narrou o advogado.
Segundo o presidente da OAB-ES, quando percebeu o problema, o piloto iniciou a manobra emergencial. "Pousaríamos no Aeroporto de Jacarepaguá, muito próximo à Barra (da Tijuca). O piloto não tenta o destino final. Ele vê que não vai dar para chegar e já vai para o mar e para a praia. Ali ele aborta o pouso, mas já estava em procedimento de aproximação e descida", detalha Rizk.
Segundo Rizk, as condições da praia nos dias anteriores colaboraram para o sucesso da manobra. "Demos sorte. Era uma praia em Maricá que estava inundada na semana passada. Foi perfeita (a condição) para essa aproximação, porque a faixa (de areia) era grande", disse.
"Na areia, o avião bate e quica. Ele volta a voar e, nessa volta, é uma altura imensa. A gente ficou pensando que o avião fosse virar ou fosse ter algum rodopio, mas não. Ele voltou a bater na areia e, desta vez, se arrasta por cerca de 400 metros", detalhou Rizk.
Quando a aeronave se aproximou do solo, o advogado disse que foi notado um novo risco: havia pescadores na praia. Durante o pouso, no entanto, apenas uma vara de pescar foi atingida e ninguém se feriu. "Na descida eu avisei ao piloto: 'Olha os pescadores'. Ele atropela, obviamente sem querer, uma vara de pescar. Mas os pescadores viram o pouso emergencial e se evadiram dali para não serem atropelados", relatou.
Ao descerem do avião, segundo Rizk, os ocupantes da aeronave foram verificar se nenhum dos pescadores que estavam na praia se feriram. "As primeiras perguntas que fizemos para os locais foram: alguém se machucou? Não atropelou ninguém?", contou.
Para o presidente da OAB-ES, o momento foi de muita adrenalina e de forte choque emocional, mas ele afirma que se apegou à fé. "É muito forte. O choque emocional é muito intenso. Entretanto, eu tenho muita fé em Deus e senti que não era um momento de partida. Obviamente, todos vamos morrer, mas senti que dava para viver naquele momento ali", disse.
Quem também falou sobre o pouso emergencial da aeronave em Maricá, foi o irmão do presidente da OAB-ES, Felipe Risk. Ele destacou a atuação do piloto. "O piloto foi um herói, conseguiu pousar bem, mas o avião quicou num primeiro momento, e meu irmão ficou com medo de capotar a aeronave, que é bem pequena, mas não capotou, não fez nada, (apenas) deslizou durante uma longa faixa (de areia), não pegou ninguém também, graças a Deus, e todo mundo saiu bem. Está abalado, mas todo mundo saiu bem", ressaltou.
Um vídeo mostra o avião que transportava o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), José Carlos Rizk Filho, logo após a aeronave fazer o pouso forçado na Praia de Itaipuaçu, em Maricá, no Rio de Janeiro. O monomotor do modelo EMB-710C precisou parar em areias cariocas devido a uma falha no motor, segundo o Rizk.
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