Publicado em 3 de março de 2021 às 13:15
- Atualizado há 5 anos
Uma operação conjunta contra a especulação imobiliária, loteamentos e construções irregulares foi realizada na manhã desta quarta-feira (3), em Regência, distrito de Linhares, no Norte do Espírito Santo. De acordo com a Prefeitura de Linhares, as construções irregulares destroem a vegetação de restinga. Além disso, a retirada incorreta da água, bem como o descarte irregular de esgoto e lixo, estão prejudicando o lençol freático. >
De acordo com a diretora de fiscalização ambiental da Prefeitura de Linhares, Jamara Silva, a ocupação irregular tem gerado impacto ambiental significativo na região. “Pessoas estão comprando lotes localizados dentro de Área de Preservação Permanente (APP), destinados à preservação e conservação ecológica de sua fauna e flora, protegidos pelo Código Municipal de Meio Ambiente”, afirma.>
Durante as fiscalizações no distrito, as equipes identificaram aberturas de vias e a retirada de vegetação, provocando especulação imobiliária em locais sem vocação urbanística. A operação constatou que tratam-se de áreas de restinga protegidas por lei e que estão tendo destinação e uso urbano por meio desses loteamentos clandestinos e ocupações irregulares.>
Como a região não possui rede de água e abastecimento adequado, os compradores dos terrenos acabam construindo poços artesianos irregulares, aumentando a demanda hídrica do lençol freático sem controle ambiental, além de descartar irregularmente o esgoto no solo e depositar resíduos sólidos urbanos em área irregular. Segundo Jamara, para abrir um poço artesiano, é necessário pedir autorização e avaliação ao Estado.>
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De acordo com Rafael de Oliveira Sant’anna, analista ambiental e agente do Ibama, a restinga da região tem sido suprimida ilegalmente ao longo dos últimos 15 anos.>
“Essa área é caracterizada como devoluta e, de acordo com a Lei Municipal, a área é considerada de Preservação Permanente. A presente ação visa reunir a materialidade necessária para que as instituições ambientais das três esferas do governo possam atuar administrativamente, bem como subsidiar o Ministério Público na adoção de providências nas esferas criminal e civil”, afirma. >
A operação desta quarta-feira (3) tem apoio da União e do governo do Estado. A ação é de conhecimento do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e teve participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Iema), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) e Polícia Militar Ambiental, em trabalho conjunto com agentes das secretarias municipais de Meio Ambiente e de Obras e Serviços Públicos de Linhares.>
No primeiro dia de fiscalização, as equipes identificaram compradores de imóveis da região, documentações comprobatórias de venda, além de antigos donos e imobiliárias que atuam em Regência. Diante das irregularidades, verificadas previamente pelas equipes por meio de registros de imagens de satélite georreferenciadas e, agora in loco, foi lavrado o Termo de Embargo pelo Ibama. Os moradores ou responsáveis por imóveis localizados dentro da área foram informados sobre as irregularidades.>
Todos os danos ambientais constatados serão analisados na esfera administrativa, com a lavratura de autos de infração, embargo e aplicação de multas que variam de acordo com o tipo de degradação ambiental , e também na esfera criminal, com a instauração de inquérito policial, que será posteriormente remetido à Justiça.>
*Com informações da Prefeitura de Linhares.>
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