Publicado em 28 de maio de 2020 às 11:31
O número de mortes por coronavírus no Espírito Santo pode chegar a mil no mês de junho. Essa é a projeção feita pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes. Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, na manhã desta quinta-feira (28), o secretário afirmou que o comportamento da doença pode levar o Estado a registrar esse aumento já no próximo mês. >
Nésio Fernandes
Secretário de Estado da SaúdeAo falar sobre a projeção, o secretário destacou a gravidade da doença e a dificuldade do tratamento, mesmo com os respiradores. Para justificar, Nésio afirmou que dois terços dos pacientes que são colocados em ventilação mecânica morrem. >
Os famosos respiradores são instrumentos importantes para salvar vidas, mas não salvam todas as vidas. Porque dois terços das pessoas que usam ventilação mecânica evoluem a óbito, então, se você considerar que 100 pessoas vão para ventilação mecânica, entre 60 e 70 vão evoluir a óbito. Então, não há tratamento específico para doença, destacou.>
Fernandes aproveitou a oportunidade para destacar mais uma vez a importância do distanciamento social. Segundo ele, apenas o rompimento da cadeia de transmissão da doença vai fazer com que a curva de casos e óbitos diminua. Eu quero aqui sensibilizar a população e toda a sociedade dizendo que, se nós não rompermos a cadeia de transmissão e não distanciarmos as pessoas e poder ter uma quantidade menor de infectados, vai continuar morrendo muitas pessoas e isso não depende só da capacidade hospitalar instalada, reforçou. >
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Quando questionado sobre a ocupação de leitos e a expansão realizada na rede estadual, em parceria também com hospitais filantrópicos e da rede privada, o secretário foi taxativo em dizer que, apesar das estratégias adotadas, haverá um limite. Segundo Nésio, o objetivo não é ter leitos disponíveis para que pessoas simplesmente morram, mas sim, que a cadeia de transmissão seja rompida e a internação evitada. >
Nós temos uma estratégia que ela tem uma margem de expansão de leitos, só que haverá um limite. Nós não podemos continuar expandido leitos, porque também não seria humano e nem razoável chegar ao ponto de ter 2 mil leitos de UTI para que, simplesmente, as pessoas morram nas UTIs. Nós queremos que as pessoas não morram, nós queremos que as pessoas não evoluam a óbito, que vidas não sejam perdidas. E, para isso, a gente precisa romper a cadeia de transmissão da doença. Enfrentar o Covid não é só ter leitos hospitalares e nem ventiladores mecânicos, é ter menos casos. Essa é a estratégia central do enfrentamento à pandemia. Não nos é suficiente que as pessoas morram no hospital, concluiu. >
Ainda de acordo com o secretário, a taxa de ocupação atual dos leitos exclusivos para o tratamento do novo coronavírus no Estado tem variado entre 84% e 88% em regiões específicas e 78% em todo o território capixaba. >
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde para saber se dentro dessa projeção estariam incluídos possíveis óbitos nos testes que estavam represados no Lacen e que foram enviados para análise em um laboratório do Paraná, em parceria com o governo do Espírito Santo. >
De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, esses resultados não teriam impacto na previsão. À reportagem, a Sesa informou que investigações de óbitos e casos graves são prioridades no Lacen, com análises e testes sendo feitos no próprio ES. Sobre a previsão do secretário, informou que a mesma é tomada com base nas estatísticas analisadas ao longo da pandemia.>
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