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Foragido do ES suspeito de golpe com deputado dos EUA e de torturar bebê

Foragido do ES suspeito de golpe com deputado dos EUA e de torturar bebê

Em audiência na segunda-feira (31), foi requerida, novamente, prisão contra Gustavo Ribeiro Trelha em processo da 2ª Vara Criminal de Vitória, no qual ele foi denunciado por tortura de criança de 2 anos; ele fez denúncias contra congressista americano

Publicado em 3 de agosto de 2023 às 17:37

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Gustavo Ribeiro Trelha tem um mandado de prisão em aberto por suposta tortura de uma criança de 2 anos, filho da namorada com quem vivia no Espírito Santo
Gustavo Ribeiro Trelha, ex-comissário de bordo. (Reprodução Instagram)

Na última segunda-feira (31), em audiência realizada no Fórum Criminal de Vitória, foi pedida a prisão do réu Gustavo Ribeiro Trelha. Foragido, ele foi denunciado por tortura de um bebê de 2 anos, filho da namorada com quem vivia no Espírito Santo — ela também foi denunciada no mesmo processo. Nos Estados Unidos, de onde foi deportado, o ex-comissário de bordo está envolvido em denúncias contra um deputado americano, George Santos, em acusações de fraude bancária.

Trelha foi tratado como foragido pelo Juízo da 2ª Vara Criminal de Vitória, onde tramita o processo, em decisão de março deste ano. “Não foi localizado nos endereços constantes nos processo para ser citado, em razão de estar devidamente ciente da presente ação penal e estar foragido, uma vez que constituiu advogado nos autos para patrocinar sua defesa.” Foi mantido o mandado de prisão contra ele e decretado que o processo seguiria “à revelia” do réu.

Na audiência desta segunda-feira (31), Trelha participou de forma on-line, a pedido do seu advogado, Leonardo de Jesus Lima. Ao final dos depoimentos das testemunhas do Ministério Público do Espírito Santo (MPES),  foi requerida, novamente, a prisão dele e determinada pelo Juízo.

Tortura de criança

O caso de tortura aconteceu em junho de 2019. A criança tinha cerca de 2 anos e era filha da namorada de Trelha, com quem ele vivia no Espírito Santo. O processo, iniciado no Rio de Janeiro e transferido para o Tribunal de Justiça capixaba, tramita em sigilo.

Em março deste ano, em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, o advogado Filipe Martins relatou que a criança foi internada em um hospital no Rio de Janeiro com hematomas e fraturas em três pontos na cabeça e precisou ser removida para outra unidade hospitalar para a realização de cirurgia no crânio. A suspeita era de espancamento.

Foi Martins, que auxilia o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) como assistente de acusação, representando os familiares do bebê — o pai e a avó paterna —, que deu início ao processo contra Trelha e a mãe da criança.

A audiência desta segunda-feira (31) estava prevista para o último mês de abril, mas foi transferida. Começaram a ser ouvidas as testemunhas de acusação, convocadas pelo MPES. Os depoimentos foram demorados e ocasionaram o cancelamento de outras audiências. Uma nova data será marcada para que o restante das testemunhas, incluindo as de defesa, sejam ouvidas, assim como os réus.

Denúncia contra deputado americano

No início deste ano, a imprensa dos Estados Unidos divulgou informações sobre denúncias de Trelha contra o deputado republicano George Santos, que é filho de imigrantes brasileiros.

O parlamentar americano é acusado, pelo ex-comissário de bordo, de envolvimento em quadrilha de clonagem de cartões de crédito. Contra o congressista existem outras denúncias, segundo matérias divulgadas pelo New York Times.

Trelha foi preso em flagrante, nos Estados Unidos, manipulando dispositivo de clonagem de cartões, na cidade de Seattle. Foi indiciado, acabou sendo deportado em 2017 e está proibido de retornar àquele país.

O que diz a defesa

A reportagem tenta contato com o advogado de defesa de Trelha. O espaço segue aberto para suas manifestações. Em entrevista para a Folha de São Paulo, ele negou as acusações de espancamento.

Para a Revista Piauí, em março deste ano, Trelha relatou seu envolvimento com o congressista americano, informando que alugou um apartamento dele, na Flórida. Informou ainda que foi com Santos, que é filho de imigrantes brasileiros,  que aprendeu o esquema de clonagem de cartões.

Errata Correção
3 de agosto de 2023 às 18:35

A versão anterior desta matéria informava que Gustavo Trelha era capixaba, mas na verdade ele apenas morou no Espírito Santo. Título e texto foram corrigidos. 

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