Publicado em 10 de setembro de 2020 às 11:17
No Espírito Santo, mais de 3,2 mil pessoas já perderam a vida após serem contaminadas pelo novo coronavírus. A pandemia foi medida pela curva de contágio, que tem como vetores principais a taxa de letalidade e o tempo. >
No item letalidade, a média móvel - índice que leva em consideração as mortes dos últimos sete dias - vem reduzindo semana após semana, desde o mês de agosto. >
Na última semana, a média móvel registrada no Estado foi de 14 mortes por dia. "A diminuição existe, mas o ideal é chegarmos a zero, que será quando a pandemia estará controlada. A queda é lenta se comparada com a subida da curva de contágio", observou Ethel Maciel doutora em Epidemiologia e professora da Ufes.>
Entre os motivos para a queda contínua de óbitos está na redução da taxa de transmissão (RT). O marcador que mede quantas pessoas são contaminadas já chegou a 3. Ou seja, um grupo de 10 pessoas era capaz de contaminar 30. Hoje, a RT está em 1,8. >
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"Quem já estava exposto, como os trabalhadores dos serviços essenciais, fica menos suscetível de ficar doente. O vírus já não tem como circular neste grupo. Sabemos que muitos dos casos de contaminados são de assintomáticos, ou seja, são pessoas que tiveram a doença e nem temos conhecimento pois testamos pouco", pontuou o infectologista Lauro Ferreira. >
Outro fato que colaborou para que menos infectados pelo novo coronavírus morressem foram as mudanças no atendimento médico. "Com o passar do tempo, os médicos 'pegaram a mão' no atendimento aos pacientes. Foi um protocolo de aprendizado de como tratar a doença", explicou o infectologista. >
A opinião também é compartilhada por Luiz Carlos Reblin, subsecretário de Vigilância Sanitária da Sesa. "Hoje se sabe que quanto mais se evitar ou retardar a intubação, melhor será a recuperação do paciente. O uso de medicamentos também foi mudando, como os anticoagulantes, para combater o processo inflamatório produzido pelo vírus", completou. >
O uso de máscaras, álcool em gel e o respeito ao distanciamento por parte da população também colaborou para uma menor taxa de transmissão. >
"A curva de contágio subiu rapidamente. Com um número grande de pessoas doentes, também haverá mais casos graves. Como a taxa de transmissão vem diminuindo, a descida da curva ficou mais lenta", observou Reblin.>
A idade das pessoas contaminadas também impactou na menor letalidade. De acordo com Ethel Maciel, a doença, atualmente, tem infectado mais os jovens, que não costumam ter comorbidades. "Quando atingidas por uma doença grave, por serem menos vulneráveis, as chances de perder a vida é menor. Os idosos, que são mais suscetíveis ao estágio grave, foram os primeiros a serem atingidos. A faixa etária dos 20 anos é a grande responsável por manter o vírus circulando na sociedade hoje", completou. >
Mas tem algo que ainda preocupa os especialistas: as aglomerações do último feriadão de setembro. Na expectativa deles, há possibilidade de que nas próximas semanas o número de casos confirmados de Covid-19 aumente. Essa conta, porém, só será conhecido no final do mês, após o tempo de incubação e aparecimento de sintomas. "A pandemia não acabou e não sabemos com exatidão como o vírus se comportará", alertou Ethel. >
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