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Enem tem questões com a música 'Admirável Gado Novo' e indígenas

Enem tem questões com a música 'Admirável Gado Novo' e indígenas

Primeiro dia de provas teve questão com a música do cantor Zé Ramalho, sobre populações indígenas e carcerária do país; pelo terceiro ano seguido a prova não trouxe questões sobre a ditadura militar

Publicado em 21 de novembro de 2021 às 17:18

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Alunos saindo do local de prova
Alunos saindo do local de prova. (Ricardo Medeiros)

O primeiro dia de provas do Enem 2021 teve questão com a música "Admirável Gado Novo", do cantor Zé Ramalho, sobre populações indígenas e carcerária do país. O exame começou neste domingo (21) com as provas de ciências humanas, linguagens e redação.

O professor de história, Guilherme Freitas, da escola Seb Lafaiete, diz que a questão com a música de Ramalho pedia ao candidato que interpretasse um trecho da letra da canção e a relacionasse com a exclusão vivida pela população.

"Surpreendentemente, diante de todas as denúncias que cercaram o Enem nos últimos dias, a prova voltou a trazer questões que abordam a história contemporânea brasileira. Ainda que a ditadura militar não tenha sido abordada, outros períodos importantes apareceram", conta Freitas.

Às vésperas do início do Enem, servidores do Inep, órgão responsável pela elaboração da prova, fizeram uma série de denúncias sobre assédio moral que sofreram para suprimir perguntas com temas considerados inadequados pela gestão do órgão.

O jornal "Folha de S. Paulo" mostrou que o próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, para que houvesse questões que tratassem o Golpe Militar de 1964 como uma revolução.

Nenhuma questão da prova abordou a ditadura militar no país. Desde o início do governo Bolsonaro, o período histórico foi suprimido da prova.

"Ainda que não tenha abordado a ditadura militar, a prova deste ano voltou a falar da história contemporânea, o que é muito positivo e importante. O exame trouxe duas questões sobre Getúlio Vargas", diz Freitas.

Apesar das denúncias de pressão, a prova abordou questões sobre minorias, como população indígena, população carcerária e desigualdade de gênero. Uma das questões, por exemplo, falou sobre as dificuldade de mulheres cientistas no século 19 diante da exclusão que sofriam com a sociedade patriarcal.

O tema da redação também surpreendeu os educadores por ter mantido o padrão de anos anteriores ao abordar assunto relacionado aos direitos humanos. Os candidatos tiveram que fazer uma dissertação sobre a "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil".

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