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Em meio à alta de casos de Covid, Centro de Quarentena está desativado

Em meio à alta de casos de Covid, Centro de Quarentena está desativado

Expectativa era de que a estrutura montada no Sambão do Povo funcionasse até o final deste ano e atendesse até 800 pessoas, mas foi desmobilizada em setembro

Publicado em 27 de novembro de 2020 às 19:43

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Centro de Quarentena de Vitória, que foi montado no Sambão do Povo
Quarto do Centro de Quarentena de Vitória, que foi montado no Sambão do Povo. (Divulgação/PMV)

Depois de quase três meses de funcionamento, o Centro de Quarentena de Vitória, que foi montado no Sambão do Povo, no bairro Mário Cypreste, foi desativado antes do previsto. A expectativa era de que funcionasse até o final deste ano e pudesse atender até 800 pessoas. 

Em meio à alta de casos de Covid, Centro de Quarentena está desativado

O projeto iniciado em 3 de julho para receber pacientes com Covid-19 em vulnerabilidade social foi finalizado no dia 30 de setembro, mês de queda no número de casos confirmados e óbitos pela doença. O quadro, no entanto, mudou a partir de outubro, com o retorno de novos contágios e até de mortes, que levaram Vitória de volta para a lista das cidades em situação de risco moderado em novembro. 

No período em que esteve funcionando, o Centro de Quarentena atendeu 41 pacientes com a Covid-19. Cada um deles ficou internado por até 15 dias. Para manter o funcionamento da estrutura, foram gastos R$ 687.052,78. Por nota, a Prefeitura de Vitória informou como foi distribuído esse valor. Confira o detalhamento:

  • Compra de móveis e equipamentos: R$ 67.178,10
  • Pagamento de pessoal e encargos: R$ 172.038,24
  • Adequação de estrutura: R$ 96.300,00
  • Alimentação, material de higiene e limpeza: R$ 189.470,53
  • Locação de carro: R$ 15.900,00
  • Terceiros: R$ 93.154,30
  • Carreta para produção de alimentos e lavagem de roupas: R$ 53.011,61

O total de R$ 687 mil viabilizou a oferta de 368 diárias durante o período de funcionamento do Centro de Quarentena, sendo cada diária a um custo de R$ 1.866,99. O recurso foi utilizado para atender pacientes que vivem em vulnerabilidade social, que apresentaram sintomas da Covid-19 e que tinham dificuldades em cumprir o isolamento, seja por falta de moradia ou até mesmo por falta de espaço em suas casas para evitar o contágio de outras pessoas.

O abrigamento foi destinado a idosos acamados, pessoas com deficiência física, moradores de rua, usuários de álcool e drogas, e pessoas da comunidade que não conseguiam fazer isolamento por morarem em habitações pequenas e aglomeradas. A triagem dos pacientes foi feita pelas áreas de Assistência Social e Saúde de Vitória.

Na época, o então coordenador do Comitê de Gerenciamento das Políticas Sociais dos impactos causados pela Covid-19 em Vitória, Bruno Toledo, em entrevista para A Gazeta, informou que o Centro de Quarentena foi a melhor opção para o município. “Se o espaço não tivesse sido estruturado, em última situação, teríamos dificuldades em relação aos públicos diversos na rede hoteleira, e teria sido necessário adotar estratégias distintas, o que dificultaria o atendimento”, destaca.

Montado na área dos camarotes do Sambão do Povo, o espaço contava com 50 leitos a cada 15 dias. A expectativa era de que funcionasse até o final do ano, o que poderia garantir a possibilidade de atendimento para até 800 pessoas.

Carreta solidária vai distribuir refeições e lavar roupas em apoio ao Centro de Quarentena instalado no bairro Mário Cypreste, em Vitória
Carreta usada para distribuir refeições e lavar roupas no Centro de Quarentena, em Vitória. (Divulgação / ADRA)

Por dia eram oferecidas cinco refeições. E como se tratavam de pacientes com a Covid-19 eram oferecidos cuidados por 24 horas, com técnico de enfermagem monitorando as pessoas em tempo integral, acompanhamento de assistente social e psicólogo - por estarem em confinamento -, acompanhamento de uma unidade de saúde e médico, uma vez que se o quadro de saúde dos pacientes piorar eles precisam ser internados.

Foi disponibilizado ainda lavanderia especializada para roupas contaminadas, espaço com cama, rouparia e atividades terapêuticas monitoradas. Uma equipe com mais de 40 profissionais, entre assistentes sociais, técnicos de enfermagem, psicólogos, segurança e limpeza, atuaram no local.

MUDANÇAS NO PERCURSO

Para o projeto foi disponibilizado pelo governo federal um valor global do investimento de R$ 2,257 milhões, segundo o convênio 055/2020. Mas a prefeitura gastou com o centro de quarentena, efetivamente, R$ 687.052,78. Como o valor global permanece destinado para a cidade, a diferença correspondente ao que não foi utilizado, e que totaliza R$ 1.570.306,09, terá outra destinação. Segundo nota da PMV, o recurso será enviado “ao atendimento de famílias e indivíduos em vulnerabilidade social, agravadas pela pandemia do coronavírus”.

Para viabilizar o Centro de Quarentena, a previsão inicial de empenho para o município (de recurso disponibilizado para realmente ser utilizado) era de R$ 1,055 milhão. Mas a cidade acabou recebendo do governo federal um valor maior, no total de R$ 1.129.199,59, que depois foi reduzido, segundo termo de colaboração,  por meio de dois aditivos, para R$ 973.050,05. 

Com isto sobrou uma diferença de R$ 156.149,54, dos quais R$ 134.680,35 já foram devolvidos. O restante, no valor de R$ 21.469,19, será devolvido até 31 de dezembro, assim que a prestação de contas for finalizada, segundo informou por nota a gestão da cidade. Como o valor empenhado originalmente era para o Centro de Quarentena e agora terá outra destinação, a prefeitura precisa devolver o recurso e só depois ele voltará aos cofres do município. 

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