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Dengue: saiba quais são os medicamentos contraindicados

Dengue: saiba quais são os medicamentos contraindicados

Embora comuns no dia a dia, alguns remédios não são indicados em caso da doença, uma vez que podem aumentar o risco de sangramento durante a infecção; confira

Publicado em 16 de fevereiro de 2024 às 11:03

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Embora comuns no dia a dia, alguns medicamentos são contraindicados em caso de dengue, uma vez que podem aumentar o risco de sangramento durante a infecção pelo vírus. Isto é, o paciente tem mais risco de desenvolver a forma grave da doença.

A infecção gera diminuição da quantidade de plaquetas do sangue, aumentando muito a chance de sangramentos de pele, de órgãos internos e até hemorragias cerebrais. Além disso, pode gerar alteração de vasos sanguíneos e levar à queda drástica da pressão arterial e a danos graves a órgãos internos, fazendo o paciente correr risco de vida.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) destacou, em nota, que os pacientes com dengue não devem receber anti-inflamatórios não esteroidais (como ibuprofeno, nimesulida, diclofenaco, naproxeno, cetoprofeno), corticosteroides (a exemplo de dexametasona, prednisosona, betametasona), antibióticos, conforme orientado no Guia da OPAS/OMS (Clinical care for patients - Tool for the diagnosis and care of patients with suspected arboviral diseases).

“Nas bulas dos medicamentos no Brasil, existe previsão expressa de contraindicação no caso de suspeita de dengue para medicamentos contendo salicilatos (ácido acetilsalicílico, salicilato de metila, Salix alba), cetoprofeno, bissulfato de clopidogrel + ácido acetilsalicílico, vacina da febre amarela, tacrolimo”, informa o texto do órgão.

A infectologista Polyana Gitirana Guerra Rameh, do Vitória Apart Hospital, explica, por exemplo, que pessoas coronariopatas, como as que já colocaram stents ou têm pontes de safena e foram orientadas a tomar ácido acetil-salicílico (AS) de forma constante, também têm mais riscos de lidar com os sangramentos, uma vez que o medicamento interfere na coagulação do sangue.

Em casos como esses, em que o medicamento é de uso regular e necessário ao paciente, é feita uma análise do caso, a fim de se  ajustar a medicação de forma que haja menos riscos.

Os sintomas mais tradicionais da dengue são dor no corpo, dor nas articulações, febre (geralmente alta), dor de cabeça (principalmente atrás dos olhos), náuseas e manchas avermelhadas no corpo. E caso o paciente faça uso dos medicamentos contraindicados, deve procurar um médico imediatamente, em caso de suspeita de dengue.

“A primeira manifestação (da dengue hemorrágica), além da hemorragia em si, é uma distribuição inadequada dos líquidos no corpo. Por isso que a gente fala tanto em hidratação (durante a recuperação). Seus vasos (sanguíneos) são prejudicados. É como se você tivesse um encanamento com múltiplos furos, e o líquido não vai para o lugar correto. Isso favorece alterações cardíacas, hipotensões, o coração fica sobrecarregado”, a médica alerta.

Medicamentos contraindicados em caso de suspeita de dengue

  • anti-inflamatórios não esteroidais (como ibuprofeno, nimesulida, diclofenaco, naproxeno, cetoprofeno);
  • corticosteroides (a exemplo de dexametasona, prednisosona, betametasona);
  • antibióticos;
  • medicamentos contendo salicilatos (ácido acetilsalicílico, salicilato de metila, Salix alba), cetoprofeno, bissulfato de clopidogrel + ácido acetilsalicílico, vacina da febre amarela, tacrolimo.

Tratamento

De acordo com o Ministério da Saúde, o protocolo oficial para dengue prevê que o médico identifique os sintomas a partir de uma pesquisa com o próprio paciente. Em seguida, o profissional pode ou não solicitar exames laboratoriais.

Para os casos leves de dengue, a recomendação é repouso enquanto durar a febre; hidratação (ingestão de líquidos); administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre. Na maioria dos casos, há uma cura espontânea depois de 10 dias.

“É muito importante retornar imediatamente ao serviço de saúde em caso de sinais de alarme (dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas). O protocolo sugere a internação do paciente para o manejo clínico adequado”, reforçou o ministério.

A pasta ressalta que as condutas clínicas indicadas são sustentadas em bases científicas e evidências de eficácia que garantem a segurança do paciente. O ministério reforça que os medicamentos prescritos para o tratamento têm aprovação da Anvisa. 

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