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Luciano Huck explica alta do preço da carne e diz que culpa não é do lockdown

Luciano Huck explica alta do preço da carne e diz que culpa não é do lockdown

Apresentador afirma que conta será cara enquanto a sociedade tiver medo de discutir política

Publicado em 21 de outubro de 2021 às 08:34

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O apresentador Luciano Huck
O apresentador Luciano Huck. (TV Globo/Reprodução)

O apresentador Luciano Huck publicou nesta quarta-feira (20) um vídeo em que explica a seus seguidores nas redes sociais os motivos pelos quais a carne e os alimentos vendidos em supermercados estão com preços elevados no país.

Huck inicia a peça dizendo que muitos podem atribuir a culpa ao "lockdown" ou à "hashtag #FiqueEmCasa", tópicos que são alvos de críticas do presidente Jair Bolsonaro, mas que as medidas de distanciamento social adotadas no curso da pandemia de Covid-19 nada têm a ver com os custos mais caros da alimentação.

Ele cita países que optaram ou não pela restrição de circulação, mas que têm em comum o fato de que a inflação sobre a carne não aumentou de forma expressiva no período, como ocorreu no Brasil.

"Como um país que é um dos maiores produtores de carne do planeta tem um preço tão caro? Uma das primeiras respostas é a alta do dólar. O mercado brasileiro é diretamente influenciado pelo câmbio. Se o real desvaloriza muito, começa a valer a pena para o produtor de carne vender lá fora, em dólar", afirma o apresentador da Globo, que diz ter ouvido economistas.

"Não é à toa que estamos batendo recordes de exportação ao mesmo tempo em que a comida está cada vez mais cara no mercado. Se a carne aumenta muito, as pessoas compram mais frango. Aí, o frango começa a faltar, e o preço começa a subir. E por aí vai", segue.

Huck ainda exibe imagens que mostram a busca por restos de carne, e atribui à política a responsabilidade pelo alto custo dos alimentos neste momento.

"A nossa [geração] ouviu o seguinte: 'Política não se discute'. Mas a verdade é que não tem como escapar, porque política não é só o que acontece em Brasília", afirma.

"Política é o preço da carne no supermercado, é o garoto da favela sem internet garantida para poder sonhar. É não faltar vacina quando a gente mais precisa dela. É entender que queimar floresta significa não ter chuva, que significa não ter energia elétrica, que significa pagar mais caro a conta de luz", diz Huck, sem citar nomes -embora todas essas críticas sejam recorrentes entre opositores do governo Jair Bolsonaro.

O apresentador, então, convoca seus seguidores a "discutir sobre como resolver os problemas reais", a ter voz e a participar ativamente de debates sobre o país.

"Tudo isso no limite da democracia, do respeito, da lei, que a gente tem que construir soluções juntos. E o preço da carne é só mais um exemplo de que, enquanto a gente tiver medo de falar sobre essas coisas, uma hora a conta vem. E fica cara", finaliza.

Em junho deste ano, Luciano Huck afastou a possibilidade de se candidatar à Presidência em 2022, mas reiterou que continuará no debate político e não descartou disputar o cargo no futuro.

Em entrevista ao programa Conversa com Bial, da Globo, ele repetiu a justificativa de que nunca lançou candidatura, embora ele e aliados se movessem nessa direção nos bastidores. O comunicador já tinha sido cotado como presidenciável nas eleições de 2018.

"Eu nunca me lancei candidato a nada, então eu não estaria retirando candidatura a nada, porque eu nunca lancei candidatura", disse ao apresentador Pedro Bial.

"Eu não saio mais do debate público. Vou estar no debate público para sempre. Gosto desta arena, do debate das ideias. Acho que a gente tem que superar o que tanto nos atrapalha hoje em dia, que é essa divisão do país, essa polarização, essa raiva que se criou entre quem pensa diferente", acrescentou.

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