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Olavista volta a presidir Funarte e Regina Duarte se diz surpresa

Olavista volta a presidir Funarte e Regina Duarte se diz surpresa

A atriz, Secretária de Cultura do governo Jair Bolsonaro, admite que pode ser demitida a qualquer momento

Publicado em 5 de maio de 2020 às 18:04

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A secretária especial de Cultura, Regina Duarte, foi surpreendida com a renomeação do maestro Dante Henrique Mantovani para a presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte), exonerado por ela há dois meses.

Posse da atriz Regina Duarte como secretária de Cultura do governo Jair Bolsonaro
Posse da atriz Regina Duarte como secretária de Cultura do governo Jair Bolsonaro. (Antonio Cruz/Agência Brasil)

A volta de Mantovani ao cargo foi entendida internamente no governo como uma sinalização de que o prazo da atriz na pasta está prestes a vencer. Regina está em Brasília e há a expectativa de que ela se encontre com o presidente Jair Bolsonaro ainda nesta terça-feira (5).

A primeira nomeação de Mantovani havia sido no dia 4 de novembro do ano passado. Seguidor do escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, Dante já disse em vídeo que o "rock ativa as drogas, que ativam o sexo livre, que ativa a indústria do aborto, que ativa o satanismo".

Em conversa com sua assessora de imprensa nesta terça, Regina relatou a surpresa com a nova nomeação de Mantovani e disse achar que o presidente quer demiti-la. O áudio foi gravado pela revista eletrônica "Crusoé". "Que loucura isso, que loucura. Eu acho que ele está me dispensando", diz trecho da conversa captada pela publicação.

Na Secretaria de Cultura, o processo de "fritura" de Regina é tema recorrente entre os integrantes da pasta. A atriz de 72 anos tem ficado em sua residência, em São Paulo, durante a pandemia do novo coronavírus. 

Por integrar o grupo de risco, tem participado de reuniões por videoconferência. A ausência física, no entanto, intensificou os reveses que tem sofrido com o grupo ideológico do governo, avançando sobre as nomeações na Cultura.

AUSÊNCIA

Há alguns dias, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que "infelizmente a Regina está trabalhando pela internet" e que esperava que ela estivesse mais próxima. "Eu gosto de conversar pessoalmente com as pessoas. A gente espera que restabeleça a normalidade rapidamente no Brasil para poder funcionar."

Antes da volta de Mantovani ao cargo, Regina viu, no dia 23 de abril, a nomeação de Aquiles Brayner para o cargo de diretor do Departamento de Livro, Literatura e Bibliotecas ser cancelada após blogueiros bolsonaristas o acusarem de ser "traidor" e "esquerdista infiltrado". Brayner tem doutorado em Literatura e se graduou em Psicologia e Biblioteconomia. Antes, Brayner era nomeado no gabinete da Presidência e cuidava do acervo pessoal de Bolsonaro.

Regina Duarte em encontro com o presidente Jair Bolsonaro, em janeiro de 2020, em Brasília
Regina Duarte assumiu a pasta da cultura no governo Bolsonaro em março. (Marcos Corrêa/PR)

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Os ataques à atriz se pontencializaram após ela conceder uma entrevista ao "Fantástico", da Rede Globo, e dizer que existe uma "facção" no governo que deseja retirá-la do cargo.

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