Publicado em 27 de maio de 2020 às 10:58
Negador da existência de racismo "real" no Brasil, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, anunciou, na noite de segunda-feira (25), a decisão de lançar o selo "não-racista", reservado a quem, em suas palavras, é injustamente tachado de discriminação racial no país. >
Hoje, nas redes sociais, Camargo afirmou que "o selo da Fundação Cultural Palmares, que certifica que uma pessoa não é racista, mas vítima de campanha de difamação e execração pública da esquerda, está sendo finalizado e pode ser apresentado nesta terça-feira (26)".>
Na segunda, ele informou que o design do selo ainda está em desenvolvimento, mas não demora. "De qualquer forma até o próximo fim de semana teremos o primeiro agraciado. É um célebre injustiçado, que todos admiramos. Outros virão na sequência", publicou.>
A assessoria da fundação não informou qual será o primeiro agraciado, nem os critérios adotados para sua escolha.>
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Na publicação, Camargo afirmou que o selo "será concedido a todos que injusta e criminosamente são tachados de racistas pela esquerda vitimista, com o apoio da mídia, artistas e intelectuais".>
Além de negar reiteradamente a ocorrência de racismo estrutural no país, Camargo já defendeu o fim do feriado da Consciência Negra, a extinção do movimento negro e chegou a afirmar que a escravidão foi "benéfica para os descendentes" de escravizados no país.>
Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro em novembro de 2019, Camargo teve a nomeação suspensa no dia 4 de dezembro, sendo reconduzido ao cargo em fevereiro após disputa judicial.>
De volta ao cargo, ele se lançou em uma cruzada pela troca do nome da fundação por classificar Zumbi dos Palmares como falso herói.>
"Cada vez mais surgem negros que defendem a troca do nome para Princesa Isabel. Não é animador?", publicou.>
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