Publicado em 6 de outubro de 2024 às 22:55
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) avançaram para a segunda etapa da disputa pela prefeitura da capital paulista após um primeiro turno que havia se tornado imprevisível, neste domingo (6). Com 99,52% das urnas apuradas, o candidato à reeleição recebeu 29,49% dos votos e o parlamentar, 29,06%. >
Os dois conseguiram superar Pablo Marçal (PRTB), que ficou em terceiro lugar, com 28,14%. O ex-coach foi a grande novidade da eleição e tinha chances de tirar um deles do segundo turno.>
Sem Marçal, a corrida pela prefeitura retoma sua polarização inicial: a disputa entre Nunes e Boulos. O primeiro é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda que de forma dúbia. O segundo é a aposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo que o petista tenha entrado menos do que se esperava na campanha.>
Em quarto lugar, ficou a deputada federal Tabata Amaral (PSB), com 9,92% dos votos. O apresentador José Luiz Datena (PSDB), que concorreu pela primeira vez em uma eleição após ensaiar entrar na política diversas vezes, terminou com 1,84%. A economista Marina Helena (Novo) recebeu 1,38% dos votos.>
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Nunes assumiu a prefeitura de São Paulo em maio de 2021, após a morte do prefeito Bruno Covas (PSDB). O emedebista era até então o vice-prefeito. Antes, foi vereador na capital paulista por dois mandatos.>
Durante a campanha, adversários de Nunes o questionaram sobre suspeitas de corrupção que rondam a prefeitura. Uma delas está relacionada a inquérito da Polícia Federal que apura suposto desvio de verbas de escolas infantis, caso conhecido como "máfia das creches". O prefeito nega qualquer envolvimento.>
Nunes também teve que responder sobre um boletim de ocorrência com acusação de violência doméstica registrado por sua esposa, Regina Carnovale Nunes, em 2011. Hoje ela nega as agressões.>
Como candidato a vice, Nunes escolheu o coronel Ricardo Mello Araújo (PL), ex-comandante da Rota, em aceno a Bolsonaro. O ex-presidente, contudo, resistiu a entrar na campanha e fez poucos gestos na direção do emedebista. Muitos bolsonaristas ficaram ao lado de Marçal publicamente, mesmo após o PL formalizar apoio a Nunes.>
Boulos foi líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), antes de se eleger deputado federal em 2022. Quatro anos atrás, ele foi derrotado no segundo turno da disputa pela prefeitura de São Paulo por Covas.>
Durante a campanha deste ano, Boulos adotou estratégia para sua suavizar sua imagem de radical, mas teve que responder a questionamentos de adversários sobre protestos do MTST.>
Marçal chegou a insinuar que Boulos usava cocaína, o que foi negado pelo psolista. O ex-coach também apelidou o candidato da esquerda de "Boules", após um evento da campanha dele em que o hino nacional foi cantado em linguagem neutra.>
A candidata a vice de Boulos é Marta Suplicy (PT), ex-prefeita da cidade que é popular na periferia, onde o psolista tem dificuldade de conseguir votos. Parte dos eleitores que votaram em Lula na cidade em 2022 indicaram preferência por Nunes.>
Os debates foram marcados por agressividade inédita. Em um deles, promovido pela TV Cultura, Datena deu uma "cadeirada" em Marçal.>
Em outro, organizado pelo canal Flow, um assessor do ex-coach deu um soco no rosto do marqueteiro da campanha de Nunes, Duda Lima.>
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