Ataques a ônibus: reação tem que deixar claro quem manda

É o tipo de mobilização criminosa que precisa ser contida, com o rigor da lei, para que não vire rotina e se torne ainda mais ousada

Publicado em 11/01/2023 às 00h30
Fogo
Micro-ônibus é incendiado na Avenida Leitão da Silva, no terceiro ataque a coletivos deste sábado, 7 de janeiro. Crédito: Weslley Vitor

Vandalismo pode ter todas as justificativas possíveis,  mas nunca deixa de ser só vandalismo.  É expressão de selvageria, uma estratégia que usa o terror para mandar recados às autoridades e à população ou expor insatisfações. Nada além disso.

Os casos mais recentes de ônibus queimados e depredados na Grande Vitória mais uma vez apontam para ações coordenadas, como os três ônibus incendiados no último sábado (7) em importantes vias  da Capital e os dez ônibus avariados no bairro Porto Novo, em Cariacica, nesta segunda-feira (9).

A população de Vitória ainda tem frescos na memória os ataques de 11 de outubro passado,  um dia de terror no qual seis coletivos foram alvos de criminosos que tinham a intenção de retaliar a morte de um jovem identificado como segurança de Fernando Moraes Pereira Pimenta, chefe do tráfico de drogas do Bairro da Penha conhecido como Marujo.

Por essa razão, a manhã do último sábado trouxe novamente o medo e a apreensão. O roteiro era bem parecido, com a morte de um suspeito do tráfico em confronto com a polícia na véspera motivando ataques em diferentes pontos da cidade: Av. Dante Michelini, Av. Maruípe e Av. Leitão da Silva, três das principais vias de Vitória. 

Na noite de segunda-feira (9), houve motivação similar em Cariacica, após o assassinato de um barbeiro em Porto Novo, com um ônibus queimado  e nove depredados.  No saldo do ano, em apenas dez dias já há o registro de quatro veículos incendiados no Estado.  Segundo o GVBus, foram 14 ônibus destruídos em 2022, sendo que um  coletivo novo custa em média R$ 650 mil. São evidentes os prejuízos para as empresas e para a população. Em algum momento o bolso do usuário é atingido.

Mas há sobretudo o risco de uma perda simbólica, de autoridade. É o tipo de inquietação criminosa que precisa ser contida, com o rigor da lei, para que não vire rotina. As forças de segurança têm de mostrar quem manda, garantindo a manutenção da lei e da ordem com ações de repressão e inteligência. Ainda no sábado, dois suspeitos de participarem dos ataques em Vitória foram detidos pela Polícia Militar, uma agilidade que é importante para inibir novas ações de vandalismo.  A reação tem de ser sempre enérgica.

A Gazeta integra o

Saiba mais
crime ônibus tráfico de drogas Ônibus Vandalismo

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.