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Três aéreas regionais anunciam retomada de voos no país

Três aéreas regionais anunciam retomada de voos no país

Para que os voos sejam retomados, uma série de medidas sanitárias devem ser seguidas

Publicado em 3 de junho de 2020 às 09:52

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Avião da Gol no Aeroporto de Vitória
Para junho, a Gol anunciou a operação de 32 novos voos diários. (Vitor Jubini)

Após as três maiores companhias aéreas do país anunciarem novos voos para o mês de junho, outras três aéreas regionais retomarão as atividades entre este mês e julho.

Os novos voos atenderão o interior paulista, São Paulo, Rio, Mato Grosso e a região Norte do país e serão operados por Voepass, MAP e Asta.

Para junho, Gol, Latam e Azul anunciaram a operação de 100 novos voos diários, sendo 15 na Latam, 32 na Gol e 53, na Azul.

A Voepass, baseada em Ribeirão Preto, retomará as atividades em 3 de julho com voos que atenderão 13 destinos no país. Antes do início da pandemia, a companhia atendia 47 destinos em todas as regiões e vinha de um crescimento nas operações após ter assumido, em outubro, a operação de 158 slots semanais no aeroporto de Congonhas.

Com frota de 15 aeronaves ATR, com capacidade para 48 e 70 passageiros, a empresa tinha interrompido totalmente as atividades em 23 de março devido à pandemia do novo coronavírus.

A Voepass voltará a operar a partir dos aeroportos de Ribeirão Preto, Guarulhos e Rio de Janeiro (Santos Dumont). Serão dois voos diários de Ribeirão a Guarulhos e outros dois entre Guarulhos e a cidade do interior. Para o Rio, serão ofertados voos às sextas-feiras e aos domingos, com retorno nos mesmos dias.

Os voos previstos representam menos de 15% da oferta de antes da pandemia, segundo José Luiz Felício Filho, presidente da aérea.

"Fomo a primeira companhia a ter uma redução drástica das operações e entramos num processo de hibernação. Isso acabou preservando a estrutura da empresa para ela poder entrar nesse processo de retomada. Lógico que foi danoso, mas dentro desse processo tudo foi feito para conseguir a retomada agora", disse o empresário, que ficou 21 dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), a maioria deles intubado, em tratamento contra a Covid-19.

Conforme ele, as curvas de venda de passagens aéreas reduziram drasticamente no início das medidas de isolamento social e passageiros com bilhetes adquiridos cancelaram suas viagens. "O nível de ocupação dos aviões despencou, e ainda houve a desvalorização do real."

Ele afirmou que não houve demissões na aérea, que utilizou medidas como suspensões de contrato de trabalho, férias e licenças para passar por esse período. "Não estamos nem com 15% da capacidade anterior, [agora] vem todo o processo de testar os mercados, para entendermos realmente o comportamento dos clientes, a questão das viagens."

Já a MAP, controlada pela Voepass, retomará na mesma data operações em 10 localidades do Norte do país, como Manaus, Parintins, Belém, Altamira, São Gabriel da Cachoeira e Coari.

HIGIENE

Para que os voos sejam retomados, uma série de medidas sanitárias devem ser seguidas, como a limpeza profunda de cabines dos pilotos, poltronas, banheiros, saídas de ar condicionado, botões de acionamento de luzes e de reclinar das poltronas, corrimão de escadas, maçanetas e outros, utilizando álcool em gel e desinfetantes de padrão hospitalar. O serviço de bordo estará suspenso temporariamente nos voos das duas aéreas.

Em maio, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou novas medidas sanitárias para a aviação, como a necessidade de uso de máscaras durante todo o voo, regras para o serviço de bordo e distanciamento de ao menos dois metros entre as pessoas nos aeroportos.

Felicio Filho disse que os reflexos da pandemia serão sentidos durante todo o ano e que o processo de normalização das atividades vai depender do comportamento adotado pelos mercados corporativo e turístico.

"De um lado vemos que as empresas estão buscando redução de custo, muitos aprenderam a trabalhar de casa. Mas, por outro, vemos a possibilidade de aquecimento do turismo interno. Com a desvalorização do real, isso pode favorecer voos dentro do país. É um momento em que podemos imaginar que o pior já passou e agora a gente começa uma reconstrução. Com muitos feridos e muitas cicatrizes, já que é uma doença séria, vivi isso na pele."

Já a mato-grossense Asta iniciou o retorno gradativo de suas operações, começando pela rota entre a capital, Cuiabá, e Juína.

Segundo a aérea, a partir do dia 15 ela voará com mais regularidade nesta linha e, a partir de 1º de julho, seguirá para as demais cidades atendidas, conforme demandas.

A companhia, que atua com foco no agronegócio mato-grossense, tem voos que partem de Cuiabá para cidades como Aripuanã, Canarana, Juína, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Primavera do Leste e Tangará da Serra.

As operações foram retomadas, assim como ocorrerá nas outras duas aéreas, com a exigência do uso de máscaras por passageiros e tripulantes. A Asta opera com três aviões.

QUEDA

Dos 14.781 voos semanais previstos para maio no país, a malha aérea atendeu apenas 1.254 voos, ou 8,48% do total, segundo a Anac. No mercado internacional, a redução foi de praticamente 100%, com os voos existentes tendo como objetivo a repatriação de brasileiros que estão no exterior e o transporte de cargas.

Em abril, a demanda por voos domésticos recuou 93,1%, com queda na oferta de 91,6%. Já nos voos internacionais, a redução na demanda foi de 96,1%, com oferta 91,1% menor que no mesmo mês de 2019.

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