Publicado em 6 de abril de 2021 às 18:05
- Atualizado há 5 anos
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou nesta terça-feira que o teto de gastos é apenas um "símbolo" e não é suficiente para reduzir os gastos. Por isso, segundo ele, o governo e o Congresso precisam adotar medidas para tornar as contas sustentáveis e só então o mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação poderá ser removido. >
"Algum dia no futuro vamos poder rever isso (teto), mas não agora", disse ele em evento promovido pelo Itaú. "Enquanto não houver responsabilidade sobre Orçamento será preciso manter o teto", afirmou.>
Guedes fez as declarações em meio à indefinição sobre o Orçamento de 2021. O Congresso maquiou despesas obrigatórias para turbinar as emendas parlamentares em R$ 31,3 bilhões. Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), parte das mudanças foi negociada com a equipe econômica, que agora tenta reverter a parcela que fugiu do acordo, sob pena de o presidente Jair Bolsonaro entrar de vez na mira de órgãos de controle ao sancionar um Orçamento irreal.>
O ministro destacou que em outros países não há teto, mas ao mesmo tempo não há "buracos" no Orçamento. "Poderíamos remover teto, se não criarmos buracos no Orçamento; é assim em outros países", disse.>
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Ele ressaltou que o governo brasileiro precisou "construir paredes" para o teto se sustentar, com aprovação de reformas, como a da Previdência.>
Guedes disse que a reforma administrativa também será importante para conter os gastos nos próximos dez anos.>
Na avaliação do ministro, o governo manteve, durante a pandemia, preocupação com a preservação de vidas e a responsabilidade fiscal. "A proteção da população se dá por meio do Orçamento, desindexar, desvincular e desobrigar", disse.>
Guedes reafirmou também o desejo do governo de reduzir impostos cobrados de empresas e aumentar a tributação sobre dividendos. Hoje, o Brasil tem uma das mais elevadas cargas sobre companhias do mundo.>
"Reduziremos impostos sobre empresas, não ligamos se os Estados Unidos estão aumentando", disse Guedes.>
Segundo ele, mesmo que o Brasil corte os impostos cobrados das empresas e os EUA aumentem, é mais provável que os dois se encontrem "no meio do caminho".>
Apesar da intenção, o ministro não deu prazo para a medida ser adotada. A mudança no 'mix' desses impostos já foi estudada por governos anteriores.>
Guedes se mostrou refratário a propostas que resultem em aumento de carga tributária, mas destacou que qualquer redução dessa carga precisa observar o déficit estrutural das contas brasileiras. "Resistimos a algumas propostas de reforma tributária que resultam em aumento de impostos. Os impostos no Brasil são muito elevados, foram longe demais", disse.>
"Consideramos economicamente impróprio elevar impostos numa recessão. Preferimos controlar o crescimento das despesas. Agora, com economia recuperando, vamos ver qual é o déficit estrutural", afirmou o ministro.>
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