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PIB de Estados atrelados ao agro deve crescer mais na pandemia

PIB de Estados atrelados ao agro deve crescer mais na pandemia

Segundo a consultoria, o Estado do Espírito Santo aparece com estimativa de 3,9% no acumulado de 2020 a 2022

Publicado em 10 de abril de 2022 às 16:32

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Com o avanço dos preços das commodities, parte dos Estados mais atrelados ao agronegócio deve registrar crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo da pandemia, indicam projeções da MB Associados.

A dívida pública chegou a 85,5% do PIB em junho
No caso do PIB nacional, os resultados já conhecidos vão até 2021. ( Burak K/ Pexels)

Segundo a consultoria, Mato Grosso do Sul (4,9%), Tocantins (4,7%) e Goiás (4,5%) tendem a apresentar as altas mais intensas do PIB no acumulado de 2020 a 2022, na comparação com 2019, o ano anterior à crise sanitária.

"A gente viu um impacto importante da valorização das commodities na pandemia. É natural que isso puxe para cima as projeções em Estados como esses", avalia Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Em seguida, aparecem Pará e Espírito Santo, com estimativas de crescimento de 4% e 3,9%, respectivamente, no acumulado de 2020 a 2022.

"O Pará tem o impacto da atividade extrativa", aponta Vale. "O Espírito Santo conta com uma base forte de celulose. Também há o efeito da valorização das commodities", completa.

Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o PIB dos Estados são referentes a 2019. A MB busca estimar o desempenho com a pandemia em curso nos anos seguintes.

No caso do PIB nacional, os resultados já conhecidos vão até 2021. Conforme o IBGE, o indicador despencou 3,9% no país em 2020. Após a queda no ano inicial da pandemia, houve alta de 4,6% em 2021.

Em 2022, a MB projeta uma estagnação do PIB nacional. Ou seja, a expectativa é de variação nula, de 0%.

Assim, pelos cálculos da consultoria, o indicador deve acumular um leve avanço de 0,5% entre 2020 e 2022, frente a 2019.

"Crescer 0,5% em três anos é quase nada. O cenário de 2022 é de uma economia ainda fraca no país. Isso vai impedir que os Estados também tenham uma recuperação mais vigorosa", afirma Vale.

No acumulado de 2020 a 2022, 15 unidades da Federação —14 estados e o Distrito Federal— devem registrar variação superior à do PIB brasileiro, segundo a MB.

Em São Paulo, maior economia estadual, o crescimento estimado no período é de 1,3%.

De acordo com as previsões, três unidades da federação devem repetir o leve avanço de 0,5% do indicador brasileiro. São as seguintes: Roraima, Piauí e Paraíba.

Por fim, nove Estados tendem a ficar abaixo do PIB nacional no acumulado de 2020 a 2022. Desses nove, quatro devem apresentar recuo no indicador, sinaliza a consultoria. São os seguintes: Alagoas (-1,4%), Acre (-0,9%), Ceará (-0,7%) e Bahia (-0,2%).

Vale aponta que as restrições geradas pela Covid-19 prejudicaram Estados com grande peso de serviços presenciais. Membros do Nordeste fazem parte dessa lista.

Na região, lembra o economista, o auxílio emergencial mitigou danos iniciais da pandemia. Mas, com o fim do benefício social e a escalada da inflação no país, a recuperação do consumo tende a ficar mais complicada, conclui.

"A inflação está corroendo o poder de compra da população. Isso afeta Estados com renda mais baixa", diz Vale.

Em 2022, previsão é de 14 UFs acima do Brasil No recorte específico do ano de 2022, 14 unidades da Federação devem ter PIB com desempenho superior ao do Brasil, indica a MB.

A maior alta prevista é para o Tocantins, de 1,7%, após projeções de recuo de 1,6% em 2020 e de avanço de 4,6% em 2021.

Na sequência, aparecem Mato Grosso do Sul e Goiás. Em ambos os casos, o crescimento esperado em 2022 é de 1,4%.

Nove stados tendem a registrar variação nula neste ano, a exemplo do país. Outros quatro devem apresentar leves taxas negativas: Acre (-0,3%), Amazonas (-0,2%), Bahia (-0,2%) e Amapá (-0,1%).

Economistas avaliam que o cenário macroeconômico reúne uma série de riscos em 2022. A inflação alta vem forçando aumento nos juros, o que dificulta o consumo e os investimentos produtivos de empresas.

Além disso, há incertezas sobre a corrida eleitoral e preocupação com os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Um dos temores relacionados ao conflito no Leste Europeu é o da escassez de fertilizantes, que afetaria a agropecuária, devido à dependência brasileira das importações do produto.

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