Publicado em 4 de setembro de 2020 às 08:34
Poucas horas depois de o governo entregar ao Congresso sua proposta de reforma administrativa, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu em sua live desta quinta-feira (3) a manutenção de benefícios para militares. >
A reforma proposta não atinge categorias específicas, como juízes, membros do Ministério Público, parlamentares e integrantes das Forças Armadas.>
A medida ainda cria uma nova camada de proteção para as chamadas carreiras típicas de Estado, o que inclui, por exemplo, auditores fiscais, diplomatas e policiais. Com a nova regra, não será permitido cortar jornadas e salários desses servidores.>
O presidente começou a falar no assunto dizendo já ver "um montão de órgão de imprensa falando besteira" e reafirmou que o texto do Executivo não se aplica a quem está hoje no serviço público. Ele então abordou a questão dos militares.>
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"Se alguém quiser a Previdência, tudo militar, está à disposição. Nós não temos hora extra, não temos Fundo de Garantia, não tem um montão de coisa. A estabilidade é com dez anos de serviço, não com três, tá certo? Mas ninguém quer comparar nada não", disse Bolsonaro.>
O presidente disse, então, que "o quadro de servidores encheu muito no Brasil" e que "a conta é alta para pagar".>
O governo apresentou um texto considerado amplo, que tem impacto não apenas sobre os servidores do Executivo, mas também do Legislativo e Judiciário. A proposta do Executivo federal também tem efeito para estados e municípios.>
O Ministério da Economia informou, no entanto, que o Poder Executivo não tem autonomia para propor mudanças de regras para membros de outros poderes.>
Alinhado com os Estados Unidos, Bolsonaro disse que tem conversado com o governo americano sobre a tecnologia 5G, cujo leilão deve acontecer em 2021.>
Os americanos têm pressionado por restrições à participação da chinesa Huawei na construção das redes da telefonia 5G.>
"Nós somos uma potência. Nós temos que ter um sistema de inteligência robusto para poder trabalhar ali na frente. Olha só, tem o negócio do 5G pela frente. Vou deixar bem claro, que vai decidir 5G sou eu. Não é terceiro, ninguém dando palpite por aí, não. Eu vou decidir o 5G", disse Bolsonaro na transmissão.>
Ele disse que a decisão "não é da minha cabeça apenas" e que tem tido conversas com os chefes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Agência Brasileira de Informação (Abin) e da Polícia Federal, por exemplo.>
"E [falo] com mais inteligência do Brasil, com gente mais experiente. Converso com o governo americano. Converso com várias entidades, países, o que temos de prós e contras", disse Bolsonaro.>
O presidente também explicou as razões de o Brasil ter lançado nesta semana a nota de R$ 200. Disse que não havia papel-moeda e que não se podia falar isso para não gerar uma corrida aos bancos.>
"Agora eu posso falar, na época eu não podia: por que a nota de R$ 200? Muita gente criticando: 'vai facilitar a corrupção, vai caber mais dinheiro na cueca do que nota de R$ 100 ou R$ 50, a lavagem de dinheiro'. A gente não tinha papel, pessoal. Por isso pagamento por cartão, o pagamento virtual. Ficamos quietos porque senão haveria uma corrida aos bancos", disse Bolsonaro.>
Ele também afirmou que agora esta questão "já praticamente está solucionada".>
Bolsonaro disse ainda que a figura é um lobo-guará porque esta nota já estava pronta, mas que, por ele, o país teria uma nova família de cédulas homenageando personalidades como Pedro Álvares Cabral e Dom Pedro.>
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