Publicado em 15 de abril de 2020 às 19:03
Indicadores bem piores que o esperado da economia americana divulgados nesta quarta-feira (15) trouxeram novas preocupações sobre os efeitos do coronavírus na atividade econômica mundial e nos resultados das empresas. O reflexo imediato foi a busca de proteção no dólar, que se fortaleceu tanto ante divisas fortes, como o euro, e nos emergentes. No mercado doméstico, o dólar chegou a bater no pior momento em quase R$ 5,27, mas o ritmo de valorização se desacelerou na parte da tarde, acompanhando certo alívio visto também lá fora. No final do dia, o dólar à vista terminou com alta de 0,99%, cotado em R$ 5,2416. No mercado futuro, o dólar para maio fechou em R$ 5,2485, em alta de 1,57%. >
Nos Estados Unidos, as vendas no varejo despencaram 8,7% em março, nível recorde de queda. A produção industrial recuou 5,4%, a maior baixa mensal desde 1946 e o índice de atividade manufatureira do Federal Reserve de Nova York recuou para o menor nível da história. Além disso, alguns balanços corporativos divulgados desde ontem, sobretudo dos grandes bancos americanos, vêm trazendo resultados mais fracos que o previsto.>
Os números recentes vieram em um momento de já elevada preocupação com a atividade econômica mundial após o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter alertado ontem para a chance de o Produto Interno Bruto (PIB) mundial registrar o pior desempenho anual desde a recessão de 1929.>
"O terrível cenário econômico alimenta o sentimento de fuga de risco e fortaleceu o dólar hoje", afirmam os estrategistas de moedas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH). Além do dólar, o franco suíço e o iene japoneses, duas moedas consideradas como porto seguro pelos investidores internacionais também ganharam força hoje.>
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Neste momento, ninguém tem certeza de como se dará a recuperação da economia mundial quando as paralisações começarem a serem relaxadas, se em forma de "V", "U" ou "W", afirma o gestor e diretor do BTG Pactual, Will Landers. Por conta da crise, ele contou em evento hoje que reduziu a exposição em seus fundos ao Brasil e está buscando neste momento de maior incerteza ativos mais defensivos.>
Os dados mais recentes do Banco Central divulgados hoje seguiram mostrando saída de capital do Brasil. Só na semana passada, saíram US$ 233 milhões pelo canal financeiro. No mês de abril, até o dia 9, as saídas somam US$ 3,5 bilhões por este canal.>
Nos emergentes, os dados do Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 450 maiores instituições financeiras do mundo, com sede em Washington, mostram que a saída de recursos de investidores estrangeiros dos mercados de bolsa e renda fixa desde o início da crise do coronavírus, em 21 de janeiro, bateu em US$ 100 bilhões.>
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