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Brasil pode demorar até 10 anos para recuperar grau de investimento, diz Fitch

Brasil pode demorar até 10 anos para recuperar grau de investimento, diz Fitch

Apesar da média de seis anos para recuperação, países semelhantes levaram de 10 a 11 anos para retomar grau de investimento

Publicado em 6 de fevereiro de 2020 às 16:45

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Bolsa de valores. (Pixabay)

A Fitch Ratings, agência de classificação de risco, sinalizou que o Brasil só recuperará a nota de crédito que tinha pré-crise no médio e longo prazo. Entre 2008 e 2014, o Brasil recebeu da agência o chamado grau de investimento, uma espécie de selo de bom pagador dado a países que têm economias e contas públicas ajustadas.

Atualmente, pelos critérios da Fitch, o Brasil está três degraus abaixo do grau de investimento, classificado na categoria grau especulativo, com a nota BB-.

Segundo a diretora sênior de ratings soberanos das Américas da agência, Shelly Shetty, ainda que a média de recuperação dessa nota seja de seis anos, não é uma regra. "Países como a Colômbia e o Uruguai, por exemplo, demoraram de 10 a 11 anos para recuperarem o grau de crédito", disse em evento promovido nesta quinta-feira (6).

A última atualização da nota de crédito brasileira pela Fitch foi em novembro de 2019, quando a agência confirmou uma nota BB- com perspectiva estável.

Segundo a executiva, mesmo com a sinalização de que a atividade econômica do país deva ser melhor em 2020, ainda existem pontos que preocupam, como o desafio de aprovação das reformas em ano eleitoral e a confiança empresarial e do consumo.

"Existem riscos políticos e riscos sobre a capacidade de aprovar as reformas. Estaremos olhando para isso e para o processo de consolidação fiscal e procurando sinais que nos deixem mais confiantes de que a dívida [pública] brasileira vai se estabilizar no médio prazo", afirmou.

Shetty elogiou a posição cambial e o atual patamar de juros no Brasil -reduzido para 4,25% ao ano na última reunião do Copom nesta quarta (5)-, mas afirmou que o país ainda caminha para uma relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto) alta até 2022.

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A projeção da Fitch para o crescimento da atividade econômica é de 2,2% para este ano.

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