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Bolsa encerra em alta de 0,61%, a 101.467,87 pontos

Bolsa encerra em alta de 0,61%, a 101.467,87 pontos

Ibovespa oscilou, mas reagiu bem à posição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pela retomada do veto sobre o reajuste de servidores

Publicado em 20 de agosto de 2020 às 18:50

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Ibovespa avançou 0,11% na semana. (pixabay/geralt)

Ibovespa oscilou entre ganhos e perdas ao longo desta quinta-feira (20), à espera da definição, pela Câmara, sobre o veto presidencial a aumentos ao funcionalismo até o fim de 2021, que havia sido derrubado no dia anterior pelo Senado. Após reagir bem à assertividade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pela retomada do veto, o óbice colocado pela "bancada da bala" esfriou a recuperação do Ibovespa no meio da tarde, mas, com o início da sessão, e a colocação do assunto como segundo item da pauta, houve alento à confiança do mercado de que o bom senso fiscal prevalecerá, apesar da iniciativa da oposição em obstruir a sessão, logo em seu começo.

Assim, com a ajuda de Nova York, que renovava máximas, em especial o Nasdaq (+1,06% no fechamento), o Ibovespa foi a 101 749,10 pontos no pico desta quinta-feira, perto do fim da sessão, saindo de mínima, pela manhã, a 99.131,40 pontos.

Ao final da sessão, sem que a matéria tivesse ido à votação, o Ibovespa mostrava ganho de 0,61%, aos 101.467,87 pontos, avançando agora 0,11% na semana, mas ainda cedendo 1,40% no mês e 12,26% no ano. O giro financeiro totalizou R$ 28,4 bilhões nesta quinta-feira.

"É uma característica brasileira: quando se parece estar à beira do precipício, o bom senso reaparece para evitar o suicídio. Isso está no DNA de nossa política, de nossa organização como Estado. O sentido de sobrevivência acaba prevalecendo quando parecemos estar bem perto do desastre. E o mercado aproveita a situação para realizar: há sempre um elemento de especulação sobre o desenlace", diz Shin-Lai, estrategista-chefe da Upside Investor Research.

Ele aponta sinais de recuperação no nível de confiança da indústria e do próprio nível de atividade como evidências de que o mercado passou a um nível de cautela e pessimismo descasado do estágio de recuperação da economia real.

"Há muito ainda a ser acompanhado sobre a evolução dos dados econômicos, dos resultados das empresas e também sobre quando se terá disponível um 'protótipo' confiável de vacina para Covid-19 Este último fator é especialmente importante para as ações de commodities, pelo peso que têm no Ibovespa e pela correlação mantida com preços e demanda externa, especialmente da China", observa o estrategista.

Neste sentido, ele chama atenção para o avanço acumulado por Vale ON no ano (+18,11%), com a forte recuperação observada nos preços do minério de ferro.

Ainda assim, a aparente falta de unidade de pensamento entre governo e Congresso, no momento em que se coloca o Centrão na costura política, lança dúvidas sobre a recorrência de "pautas-bomba", de triste lembrança na história recente.

"A inesperada derrubada pelo Senado do veto do presidente Bolsonaro sobre o reajuste dos servidores públicos gerou grande estresse logo na abertura, em vista da preocupação do mercado quanto ao rumo do fiscal", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

Apesar da "virada" proporcionada pela reiteração do compromisso com a responsabilidade fiscal pelo comando da Câmara, o revés colhido no dia anterior pelo governo no Senado, descrito pelo ministro Paulo Guedes como um "crime contra o País", contribui para que os investidores mantenham cautela, acrescenta Ribeiro. "Gera mais um alerta entre os investidores, já que existem outras discussões na mesa, como a continuação das reformas, o orçamento do ano que vem e como ficará a situação do teto de gastos."

Nesta quinta-feira, B3 (+4,65%), Multiplan (+3,90%) e Cyrela (+3,74%) dividiram a liderança do Ibovespa na sessão. Na quarta, a operadora da Bolsa de Valores divulgou prévias operacionais referentes ao mês de julho, com aumento de 74,2% no volume financeiro médio diário em comparação com 2019, a R$ 29,112 bilhões. O número de investidores ativos cresceu 129,3% em um ano, para 2,854 milhões. Na comparação mensal, o aumento foi de 6,6%.

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No lado oposto do Ibovespa, Magazine Luiza cedeu 2,62%, seguida por Sabesp (-2,39%) e Natura (-1,91%). Entre as blue chips, Petrobras PN fechou em baixa de 0,70% e a ON, de 1,06%, enquanto Vale ON avançou 0,90%. Desempenho misto para as ações de siderúrgicas, com Gerdau PN em alta de 1,25% e CSN, em baixa de 0,54%. Entre os bancos, o dia foi majoritariamente negativo, embora de forma moderada, com Bradesco ON em baixa de 0,67% e BB ON, em leve alta de 0,09%.

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