Publicado em 20 de agosto de 2020 às 16:17
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) pediu a bancada capixaba na Câmara para trabalhar pela manutenção do veto ao reajuste a determinadas categorias dos servidores públicos. O congelamento de salário de todo o funcionalismo (federal, estadual e municipal) foi negociado como contrapartida pelo socorro financeiro pela União aos entes subnacionais durante a pandemia do novo coronavírus.>
Na quarta-feira (19), o Senado derrubou decisão do presidente Jair Bolsonaro de vetar aumento para o funcionalismo. Nesta quinta-feira, o assunto será debatido pelos deputados federais.>
No manifesto enviado nesta tarde aos parlamentares, a Findes disse que "o setor privado tem adotado severas medidas para enfrentar o cenário atual, com corte de gastos, redução de carga horária e salário, suspensão de contratos e desligamentos. Não se trata aqui de questionar a importância desta ou daquela categoria.">
Findes
Em manifestoDesde o início da crise, Estados e municípios têm amargado queda nas receitas próprias por causa das medidas de isolamento social, que levaram ao fechamento de parte das atividades econômicas.>
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Como as ações eram essenciais para salvar vidas e evitar colapso na saúde pública e privada, o governo federal aceitou, após negociação com o Congresso e governadores, fazer as transferências.>
O projeto aprovado por deputados e senadores autorizava reajustes para setores específicos do funcionalismo, como segurança pública, Forças Armadas, peritos, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, de serviços funerários e de assistência social. Também eram beneficiados trabalhadores da educação pública e profissionais de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios.>
Para sanção do texto, no entanto, foi acordado - pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, Congresso e Estados -que nenhum servidor poderia ter aumentos salariais até o final de 2021. Apesar dessa negociação, o Congresso colocou esse veto em discussão. O Senado derrubou na última quarta-feira (19). Agora nesta quinta-feira (20), caberá a Câmara decidir por manter ou não a decisão do governo de barrar os reajustes.>
Findes pede a manutenção de veto a reajuste
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) vem a público manifestar irrestrito apoio ao veto do governo federal ao reajuste para servidores. A manutenção do veto é fundamental para o Brasil prosseguir no rumo da responsabilidade fiscal, no momento em que as contas públicas já se encontram debilitadas, com o teto de gastos sob ameaça, em função da recente recessão e do necessário combate à pandemia de Covid-19.
A eventual supressão do veto, na lei que assegura ajuda a Estados e municípios para o enfrentamento da pandemia, abre a possibilidade de gasto adicional de R$ 120 bilhões a R$ 130 bilhões, agravando o déficit primário do setor público, que fechou o primeiro trimestre em R$ 402 bilhões, o pior resultado da série histórica.
Somente no Espírito Santo, um Estado que se destaca por seu equilíbrio fiscal e ambiente de negócios favorável, o impacto negativo pode ser superior a R$ 250 milhões.
Importante lembrar que a economia brasileira já vinha abalada em função do recente período recessivo: nos últimos 6 anos o PIB do país encolheu perto de 4%. Neste ano, deve encolher em torno de 6%. O desemprego já atinge 13,3%, prejudicando 12,8 milhões de brasileiros.
O setor privado tem adotado severas medidas para enfrentar o cenário atual, com corte de gastos, redução de carga horária e salário, suspensão de contratos e desligamentos.
Não se trata aqui de questionar a importância desta ou daquela categoria. Mas possibilitar um reajuste para trabalhadores que já contam com estabilidade, vencimentos e aposentadorias integrais indica uma demonstração de insensibilidade, neste momento de extrema gravidade.
Reiteramos o apoio ao veto do governo. Contamos com a responsabilidade de nossos representantes em Brasília.
A pandemia vai passar. O país reúne todas as condições para superar o cenário atual, promover reformas estruturais e reencontrar o caminho do crescimento sustentável, gerando oportunidades para todos os brasileiros. Para isso, precisamos de muito trabalho, união e responsabilidade.
Manifesto
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