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Startup do ES recebe investimento milionário de fundos em inovação

Maior gestora de fundos de investimentos em inovação e tecnologia do Brasil, a KPTL acaba de investir na AEVO um valor que pode alcançar até R$ 4,2 milhões

Publicado em 10/09/2020 às 13h35
Atualizado em 10/09/2020 às 13h37
O diretor de marketing e vendas Alexandre Pagung_o CEO Luís Felipe Carvalho e o Head de Tecnologia Marcelo Côgo
O diretor de marketing e vendas Alexandre Pagung, o CEO Luís Felipe Carvalho e o Head de Tecnologia Marcelo Côgo: equipe da AEVO. Crédito: Bruno Miranda

Maior gestora de fundos de investimentos em inovação e tecnologia do Brasil, a KPTL acaba de investir na start up capixaba AEVO um valor que pode alcançar até R$ 4,2 milhões. Com mais de 49 empresas de vários segmentos na carteira, a KPTL utiliza recursos do Fundo Criatec 3, que tem o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) como principal investidor. Entre os 11 cotistas, está também Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), como representante do Estado.

A AEVO, empresa do Espírito Santo fundada em 2007, é responsável pelo AEVO Innovate, software que aprimora a gestão de inovação dentro de grandes corporações. Assim, a startup teve crescimento de seis vezes em 2018 e multiplicou por três no ano passado.

Segundo Luís Felipe Carvalho, CEO da AEVO, a missão é impulsionar a inovação nas empresas, permitindo se reinventarem constantemente, evitando assim que se tornem obsoletas para o mercado.

Luís Felipe Carvalho

 CEO da AEVO

"A inovação costuma ser muito relacionada à criatividade e por vezes é caótica, mas precisa virar algo sistêmico. Para isso, é fundamental um software para gestão da inovação. Uma empresa dificilmente rodaria o seu processo de gestão financeira sem um bom sistema de planejamento e gestão. Analogamente, o AEVO Innovate é o software para organizar as atividades de inovação."

Com o investimento, além de aprimorar a tecnologia, a AEVO investirá em marketing e em alguns passos de internacionalização e entrar nos mercados americano e europeu. “Também queremos estimular soluções de inteligência artificial para conseguir uma sincronia entre os desafios que as empresas têm e startups que podem solucionar essas dores”, detalha Carvalho.

A maior competição no mercado tende a pressionar preços e espremer margens. Assim, a busca por inovação se faz essencial, tanto com foco na oferta de novos produtos ou serviços quanto voltada para maior eficiência operacional. Em seu portfólio de clientes, a AEVO já conta com grandes companhias brasileiras e multinacionais.

Eduardo Sperling

Head do Fundo Criatec 3 na KPTL

" A AEVO implementa um processo de inovação real, efetivo, nas organizações. A inovação não é só a grande ideia, mas a implementação, comunicação. Pelo processo, a AEVO consegue envolver todas as esferas espalhadas de forma tácita na empresa e chegando ao que é efetivo para a inovação. Têm a capacidade de extrair o que está espalhado na empresa para sintetizar de forma útil e relevante. O processo de inovação sempre esteve próximo da gente, por isso reconhecemos o valor da AEVO."

APOIO DO BANDES

O Bandes apoia a inovação em duas frentes: com o crédito tradicional e por meio dos Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), como o Criatec 3. Para Maurício César Duque, diretor-presidente do Bandes, a adesão aos fundos incentiva o desenvolvimento de ações empreendedoras comprometidas com a inovação no Espírito Santo. "A intenção é dar oportunidade de acesso aos recursos, tanto com equity (participação acionária), como por debt (dívida), em companhias de base tecnológica em diferentes estágios, nascidas a partir do conhecimento produzido em universidades e centros de pesquisa. A AEVO é um exemplo importante como o acesso à informação e a recursos potencializam esses players", enfatiza Duque.

Embasada no diferencial de incentivar todas as áreas das empresas a participarem do processo, a ferramenta suporta uma abordagem completa de inovação, que pode ser subdividida em 3 partes principais. São elas: programas de ideias e intraempreendedorismo, inovação aberta com startups e gestão de projetos de inovação.

“A AEVO é uma grande parceira da Inovação em nossos programas de Inovação aberta. Por meio da plataforma, recebemos ideias e colhemos resultados expressivos de envolvimento e engajamento dos colaboradores. Além disso, estruturamos nossa conexão com startups, criando estratégias de gestão e relacionamento. Vimos a evolução do software desde o início, e acreditamos que esta constante evolução faz com que a AEVO se torne cada vez mais relevante”, afirma Flávio Vidal, Gestor Executivo de Inovação da MRV&CO.

META DA AEVO

Luís Felipe Carvalho conta que a companhia tem como principal estratégia comercial buscar como clientes empresas com mais de 100 funcionários com foco em inovação no Brasil e na América Latina. “Estima-se que existam cerca de 500 mil empresas com mais de 100 funcionários na América Latina e aproximadamente 43 mil no Brasil. Ou seja, nossos mercados potenciais são enormes”, acredita.

Nascida em 2007, como empresa de desenvolvimento de softwares, a AEVO deu sua grande pivotada entre 2016 e 2017, quando consolidou o produto Innovate. A chegada de Carlos Arruda, professor de inovação da Fundação Dom Cabral, como conselheiro da empresa foi um divisor de águas. O professor inseriu a AEVO no Centro de Referência de Inovação (CRI), onde os líderes da AEVO puderam aprofundar no entendimento das principais dores e no processo de inovação de grandes empresas como Embraer, Vale e Votorantim.

No fim de 2017, a AEVO conquistou os primeiros seis clientes do produto Innovate. Ao longo de 2018, a companhia deu início a formação do time comercial, além de avançar no aprimoramento tecnológico da solução, alcançando 27 clientes. A tração da companhia veio acompanhada de posicionamento pioneiro no setor, tradicionalmente dominado por consultorias de inovação.

As instabilidades competitivas do mercado em todos os segmentos dentro um contexto de volatilidade ajudam a explicar a demanda crescente pela plataforma AEVO Innovate, que teve crescimento de três vezes em 2019. “Às vezes uma empresa faz um trabalho de eficiência operacional excelente, mas de um ano para o outro o negócio dela pode deixar de fazer sentido. Pode vir uma startup com uma solução revolucionária e dominar o mercado dela”, aponta Carvalho.

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