Jornalista de A Gazeta há 10 anos, está à frente da editoria de Esportes desde 2016. Como colunista, traz os bastidores e as análises dos principais acontecimentos esportivos no Espírito Santo e no Brasil

Campeão capixaba na última pandemia, Rio Branco vai tentar repetir a dose

Em 1918, quando a Gripe Espanhola já assustava o mundo, o Rio Branco conquistou o Campeonato da Cidade de Vitória de Futebol, o equivalente ao Capixabão. Neste sábado (21), Capa-Preta encara a Desportiva no retorno do Estadual

Vitória
Publicado em 21/11/2020 às 05h03
Elenco do Rio Branco campeão do Campeonato da Cidade de Vitória, em 1919, com remanescentes da conquista de 1918
Elenco do Rio Branco campeão do Campeonato da Cidade de Vitória, em 1919, com remanescentes da conquista de 1918. Crédito: Reprodução/Livro Rio Branco Atlético Clube - Histórias e Conquistas

A última vez que o mundo enfrentou uma pandemia foi em 1918. A Gripe Espanhola teve seus primeiros registros nos Estados Unidos, no mês de março daquele ano. Entretanto, a doença, que à época paralisou praticamente todas as competições esportivas, só se espalhou pelo Brasil em meados de setembro, o que permitiu que alguns campeonatos tivessem bola rolando, mesmo já com a doença fazendo vítimas em parte do globo.  Equivalente ao Capixabão como conhecemos hoje, o Campeonato da Cidade de Vitória de Futebol foi realizado em maio, e teve tempo de conhecer seu campeão: o Rio Branco. 

Neste sábado (21), o time capa-preta encara a Desportiva, no Estádio Kléber Andrade, às 18h30, na partida que marca o retorno do Campeonato Capixaba depois de nove meses paralisado por conta da Covid-19. E, 102 anos depois, o Rio Branco pode repetir a dose de conquistar um título em ano de pandemia. Coincidências que só o futebol pode proporcionar. 

Em 1918, o Rio Branco ostentou uma campanha praticamente irretocável para se tornar campeão: foram seis vitórias, um empate e apenas uma derrota, nos oito jogos do campeonato. Na final, o Capa-Preta escalado com Reynaldo Pinto, Raul e Análio; Nelson, J. Carvalhinho e Odilon; Edmundo, Costinha, Paixão, Carlito e Pavão, e comandado por Lulu Rocha, venceu o América por 2 a 1, na decisão que aconteceu em Paul, Vila Velha. Os gols do título foram marcados por Costinha e Paixão.  

A conquista teve um sabor especial. O Rio Branco estava dando o troco no América, rival que o derrotou na final da mesma competição, em 1917. De quebra, com remanescentes deste elenco campeão em 1918, o Capa-Preta ainda viria a conquistar o Campeonato da Cidade de Vitória de Futebol novamente em 1919, desta vez sobre o Vitória.  Ali, o Rio Branco começava a ganhar torcedores e se consolidar como um dos maiores times do Espírito Santo

Resta saber agora se a atual equipe do Rio Branco vai conseguir ter a mesma força daquele elenco bicampeão há mais de 100 anos. A inspiração existe, mas não entra em campo. Do outro lado do gramado estará o maior rival, a Desportiva. Tomara que façam um grande jogo, que justifique a alcunha de maior clássico do Estado.

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