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O dia em que o príncipe Charles, agora rei, plantou árvore no ES

O dia em que o príncipe Charles, agora rei, plantou árvore no ES

Durante visita diplomática ao Espírito Santo, em abril de 1991, Charles de Gales plantou uma muda de pau-brasil na sede da Suzano, em Aracruz

Publicado em 8 de setembro de 2022 às 16:12

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Príncipe Charles planta árvore em Aracruz durante visita ao Espírito Santo, em 1991
Charles, quando ainda era príncipe, plantou árvore em Aracruz durante visita ao Espírito Santo. (Arquivo/A Gazeta)

O ano de 1991 foi particularmente especial para o Espírito Santo. Em um intervalo de pouco mais de seis meses, o Estado recebeu três grandes personalidades mundiais, cada uma delas com uma agenda própria. O papa João Paulo II, o vencedor do prêmio Nobel da Paz e então presidente da África do Sul Nelson Mandela e o príncipe Charles de Gales, que era o primeiro herdeiro da coroa real britânica e que foi oficializado como rei nesta quinta-feira (8), depois da morte da Rainha Elizabeth II, aos 96 anos, na Escócia.

Charles aterrissou no Aeroporto de Vitória às 11h08 do dia 25 de abril de 1991. O destino do então príncipe era Aracruz, no Norte do Estado, onde ele visitou a sede da Aracruz Celulose, hoje Suzano.

Em abril de 1991, o príncipe Charles de Gales, da monarquia britânica, visitou o Espírito Santo
Realizada em abril de 1991, a visita ao Espírito Santo foi diplomática. (Lamm/Cedoc A GAZETA)

O cientista político João Gualberto Vasconcellos, em entrevista para A Gazeta em 2021, explicou que tratou-se de uma visita diplomática. A empresa foi fundada pelo empresário norueguês radicado no Brasil Erling Sven Lorentzen, que era casado com a princesa Ragnhild da Noruega, a filha mais velha do rei Olavo V e da princesa Marta da Suécia.

Mas também houve o lado econômico da vinda de Charles ao Estado. Uma das grandes acionistas da Aracruz Celulose, na época, era a empresa Souza Cruz, que, por sua vez, tinha a British American Tobacco como uma das donas.

"O príncipe Charles, então, também veio em nome dos interesses ingleses, que controlavam a fábrica. Por fim, um dado importante é que a Aracruz Celulose era muito conhecida pelas boas práticas que tinha aqui. Então esses três fatores se somam:  a monarquia, os interesses do capital inglês e o bom nome internacional”, destacou João Gualberto.

CHARLES PLANTOU MUDA DE PAU-BRASIL

Do Aeroporto de Vitória, Charles seguiu para a fábrica, onde percorreu as instalações e ouviu explicações sobre a produção. Para coroar a visita ao Espírito Santo, o então príncipe plantou uma muda de pau-brasil, uma das árvores símbolo da diversidade ecológica brasileira, no Centro de Pesquisas Florestais da empresa.

Em seguida, Charles quebrou o protocolo e decidiu visitar a casa de Yara Ikemori, engenheira agrônoma da Aracruz, que ficava no bairro Coqueiral. O agora Rei, porém, não foi acompanhado por nenhum veículo de imprensa e nem ele ou Yara comentaram sobre o assunto depois. A passagem de Charles pelo Espírito Santo durou cerca de cinco horas.

A princesa Daiana, então esposa de Charles e de quem viria a se divorciar cinco anos depois, também esteve no Brasil naquele período, mas não acompanhou o marido ao Espírito Santo. Ela permaneceu em São Paulo para outros compromissos oficiais. 

E COMO ESTÁ A ÁRVORE HOJE EM DIA?

Em abril deste ano, a muda de pau-brasil plantada pelo agora rei Charles em Aracruz completou 31 anos. A planta se desenvolveu e permanece no Centro de Pesquisas Florestais da Suzano. 

Árvore pau-brasil plantada pelo príncipe Charles em Aracruz
Árvore pau-brasil plantada pelo príncipe Charles cresceu no Centro de Pesquisas Florestais da Suzano. (Secom/ES)

O governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), pôde mostrar uma foto da árvore para Charles. O encontro aconteceu em novembro de 2021, quando o socialista participou da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Glasgow, na Escócia.

Casagrande e outros governadores brasileiros se reuniram com Charles, na ocasião, para tratar de assuntos ambientais. Devido à ausência do presidente Jair Bolsonaro (PL), o grupo tentou convencer o monarca a atrair recursos para o financiamento de projetos ambientais no Brasil.

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