Publicado em 14 de agosto de 2020 às 19:26
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está com a melhor avaliação desde que começou o seu mandato. Segundo o Datafolha, 37% dos brasileiros consideram seu governo ótimo ou bom, ante 32% que o achavam na pesquisa anterior, feita em 23 e 24 de junho.>
Mais acentuada ainda foi a queda na curva da rejeição: caíram de 44% para 34% os que o consideravam ruim e péssimo no período. Consideram o governo regular, por sua vez, 27%, ante 23% em junho.>
No intervalo de um ano, a aprovação entre pessoas de 35 a 44 anos passou de 30% para 45%. Entre os que ganham até dois salários mínimos, o salto foi de 22% para 35%. Já entre os desempregados a aprovação do presidente dobrou em pontos: de 18% para os atuais 36%.>
Também no intervalo de um ano, houve avanço da rejeição de Bolsonaro em três setores, de acordo com o Datafolha. Entre os estudantes, por exemplo, passou de 42% para 56%. Nesta semana, o instituto entrevistou por telefone 2.065 pessoas. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.>
>
A mudança do humor da população ocorreu concomitantemente à maior alteração na persona pública de Bolsonaro desde que ele saiu da obscuridade como parlamentar de baixo clero e chegou à Presidência no ano passado.>
O presidente passou o primeiro semestre em um crescente embate institucional, que chegou ao paroxismo com sua participação em atos pedindo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.>
Em junho, a crise amplificou-se, com rumores alimentados por notas oficiais acerca de intenção de uso das Forças Armadas e com críticas a decisões que contrariavam o Planalto no Judiciário.>
Ao mesmo tempo, o presidente liderava o ataque direto às políticas de isolamento social da pandemia da Covid-19, que no começo classificara de "gripezinha". Moderou suas declarações contra adversários e parou de dar corda a apoiadores radicais que o esperam à porta do Palácio da Alvorada.>
Num intervalo mais recente, de junho até hoje, diferentes setores ajudaram a ampliar a aprovação de Bolsonaro. Entre os moradores do Sudeste, por exemplo, a aprovação passou de 29% para 36%.>
Na manhã desta sexta-feira, o presidente, antes sempre crítico às pesquisas do Datafolha, desta vez usou a tática do morde e assopra ao compartilhar a notícia sobre o avanço de sua aprovação: "Verdade, meia verdade ou fake news? Bom dia a todos", afirmou Bolsonaro em uma rede social.>
Antes desta rodada do Datafolha, a melhor pontuação do presidente havia sido 33% de ótimo e bom, taxa registrada em duas pesquisas. Já a rejeição voltou ao patamar dos seis primeiros meses de mandato, em torno de 30%.>
O empate entre aprovação e rejeição reverte, na fotografia desta pesquisa, a tendência de polarização assimétrica registrada nas anteriores durante a crise política.>
O presidente também disse que contraiu a Covid-19, o que não mudou sua propaganda de minimizar a doença. Mas o programa de auxílio emergencial à população mais carente ganhou passo, e o governo amplificou a visibilidade de ações no reduto oposicionista do Nordeste. O resultado parece visível.>
Segundo o Datafolha, a rejeição a Bolsonaro caiu de 52% para 35% na região, na qual mantém a pior avaliação: 33% de ótimo e bom, subida de seis pontos em relação a junho. A correlação com a distribuição do auxílio de R$ 600 é sugerida, ainda que não direta.>
Entre quem fez o pedido e o recebeu, 42% acham Bolsonaro ótimo e bom, ligeiramente acima da média geral. Só que 36% dos que não fizeram também acham isso.>
No Nordeste, onde vive 27% da população, 45% dos moradores recorreram ao instrumento, ante 40% no país todo.>
As entrevistas foram feitas por telefone, devido à pandemia.>
A pesquisa telefônica, utilizada neste estudo, representa o total da população adulta do país.>
As entrevistas são realizadas por profissionais treinados para abordagens telefônicas e as ligações feitas para aparelhos celulares, utilizados por cerca de 90% da população.>
O método telefônico exige questionários rápidos, sem utilização de estímulos visuais, como cartão com nomes de candidatos, por exemplo.>
Assim, mesmo com a distribuição da amostra seguindo cotas de sexo e idade dentro de cada macrorregião, e da posterior ponderação dos resultados segundo escolaridade, os dados devem ser analisados com alguma cautela por limitar o uso desses instrumentos.>
Na pesquisa, feita assim para evitar o contato pessoal entre pesquisadores e respondentes, o Datafolha adotou as recomendações técnicas necessárias para que os resultados se aproximem ao máximo do universo que se pretende representar.>
Todos os profissionais do Datafolha trabalharam em casa, incluídos os entrevistadores, que aplicaram os questionários através de central telefônica remota.>
Foram entrevistados 2.065 adultos que possuem telefone celular em todas as regiões e estados, em 11 e 12 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta