Publicado em 24 de junho de 2020 às 09:04
Os senadores aprovaram nesta terça-feira (23) em dois turnos a proposta de emenda à Constituição (PEC) que altera as datas das eleições municipais deste ano devido à pandemia do novo coronavírus. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados. >
Pela proposta aprovada, as datas para o primeiro e o segundo turno do pleito que vai eleger prefeitos e vereadores serão 15 e 29 de novembro, respectivamente.>
Houve mudança também no calendário eleitoral, incluindo prazos para descompatibilização, registro de candidaturas, propaganda eleitoral e prestação de contas.>
Na votação em segundo turno pelo Senado, o texto-base teve 64 votos favoráveis, 7 contrários e 1 abstenção.>
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Se for aprovada também pela Câmara, a proposta segue para promulgação pelo Congresso, sem necessidade de sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).>
A mudança de datas, no entanto, ainda encontra resistência entre os deputados. O impasse impediu, por exemplo, a formação de uma comissão mista de Câmara e Senado para estudar o adiamento do pleito.>
Oficialmente, o cronograma estabelece o primeiro e o segundo turnos deste ano, respectivamente, nos dias 4 e 25 de outubro.>
O relatório elaborado pelo líder do PDT no Senado, Weverton Rocha (MA), foi votado pelos senadores com o respaldo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que sugeriu o adiamento.>
"Essa mudança permite que realizemos com segurança as eleições, sem que haja a prorrogação dos atuais mandatos", disse o relator.>
Em conversas com os parlamentares, o presidente da Corte eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, havia defendido a necessidade de postergar as eleições, dentro do mesmo ano, com base em opinião médico-científica. O TSE chegou a sugerir que o segundo turno fosse realizado em dezembro.>
Além das novas datas, o Senado aprovou ainda uma série de mudanças que alteram o calendário eleitoral.>
O texto aprovado prevê que, com a eleição nos dias 15 e 29 de novembro, a prestação de contas do candidato e do comitê eleitoral precisa ser feita até 15 de dezembro.>
A proposta determina que a diplomação dos eleitos será realizada no dia 18 de dezembro, antes do julgamento das contas dos candidatos que, segundo a PEC, poderá ocorrer até 12 de fevereiro.>
Na audiência com senadores, Barroso alertou que, com isso, os gastos serão analisados pela Justiça somente após a diplomação e a posse dos eleitos.>
O presidente do TSE havia sugerido, além do adiamento de data, uma ampliação no tempo da campanha eleitoral.>
O pedido foi acatado pelo relator no Senado. O texto aprovado determinou que a propaganda eleitoral no rádio e na televisão seja estendida.>
Por 45 dias, de 27 de setembro a 12 de novembro, as legendas e candidatos poderão veicular propaganda eleitoral. Atualmente, são 35 dias.?>
Os senadores, porém, não atenderam ao pedido de Barroso para que não houvesse mudança na data das convenções e dos registros - que tradicionalmente ocorrem, respectivamente, entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, e 5 e 15 de agosto.>
Com o prazo empurrado para a realização da eleição deste ano, todo o restante do calendário eleitoral foi afetado.>
A começar pelo desligamento de cargos públicos daqueles que pretendem disputar as eleições. O limite passou do início de julho para 15 de agosto.>
As convenções partidárias, quando as legendas realizam a escolha dos candidatos, também foram alteradas, passando, segundo a proposta votada, a ser realizadas excepcionalmente neste ano entre os dias 31 de agosto e 16 de setembro.>
Ainda de acordo com o texto da PEC, fica autorizado aos partidos a realização de convenções virtuais, a fim de evitar aglomerações que podem acelerar a disseminação do coronavírus.>
Em seu relatório, Rocha determinou que os registros das candidaturas possam ser feitos entre os dias 16 e 26 de setembro.>
O presidente do TSE também havia pedido para que o relatório trouxesse o que chamou de "válvula de escape", em casos de municípios nos quais haja um aumento do número de casos de Covid-19 e necessitem protelar um pouco mais as eleições. Seria uma possibilidade de estender, dentro de 2020, o prazo eleitoral.>
O relator acatou a sugestão para que, nesses casos, as eleições municipais possam ser adiadas até 27 de dezembro, segundo decisão a ser tomada pelo TSE.>
Se o adiamento for necessário para todo um Estado, será preciso uma autorização do Congresso. Pelo relatório, caberá também ao TSE analisar a possibilidade de alterações no horário da votação, que deverá ser ampliado.>
Em vez de encerrar às 17h, poderá chegar até às 21h. Haverá também, por parte do TSE, campanhas para que a população vote em horários separados, de acordo com a faixa etária.>
Na última terça-feira (16), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a extensão do tempo de TV e rádio dos dias de exibição da propaganda eleitoral como forma de tentar equalizar as condições de candidatos na disputa.>
A divisão na Câmara em torno do adiamento atinge algumas das maiores bancadas da Casa, como as do DEM, PP, PL, MDB e Republicanos. Com isso, dificilmente a PEC teria apoio suficiente entre os deputados.>
Para passar na Câmara, a proposta precisa ser aprovada pelo plenário em dois turnos e obter o apoio de pelo menos três quintos dos deputados, equivalente a 308 votos.>
20 de julho a 5 de agosto?>
Início das convenções partidárias para a escolha dos candidatos.>
Também a partir de 20 de julho, os candidatos passam a ter direito de resposta à divulgação de conteúdo difamatório, calunioso ou injurioso por veículo de comunicação.>
16 de agosto?>
Passa a ser permitida a propaganda eleitoral, inclusive na internet.>
Os comícios poderão acontecer até o dia 1º de outubro.>
28 de agosto?>
O horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão passa a ser veiculado, até 1º de outubro.>
15 de setembro?>
Relatório discriminando as transferências do fundo partidário, os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realizados.>
4 de outubro?>
Primeiro turno das eleições para vereadores e prefeitos.>
25 de outubro?>
Segundo turno para municípios com mais de 200 mil eleitores.>
3 de novembro?>
Último dia para que candidatos e partidos encaminharem prestações de contas referentes ao primeiro turno à Justiça Eleitoral.>
15 de agosto?>
Prazo para o desligamento daqueles que quiserem disputar os cargos de prefeito ou vice-prefeito.>
31 de agosto a 16 de setembro?>
Início das convenções partidárias para a escolha dos candidatos.>
26 de setembro?>
Início da permissão para propaganda eleitoral, inclusive na internet. Data limite para que os partidos solicitem registro dos candidatos à Justiça Eleitoral.>
27 de setembro a 12 de novembro?>
O horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão passa a ser veiculado, com 45 dias, 10 a mais do que os 35 previstos na Constituição.>
27 de outubro?>
Relatório discriminando as transferências do Fundo Partidário, os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realizados.>
15 de novembro?>
Primeiro turno de votações para vereadores e prefeitos.>
29 de novembro?>
Segundo turno para municípios com mais de 200 mil eleitores.>
15 de dezembro?>
?Entrega das prestações de contas dos candidatos e do próprio comitê à Justiça Eleitoral.>
27 de dezembro?>
Último prazo para realização de eleições para municípios mais afetados pela pandemia.>
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