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Secretários de Saúde dizem que governo tenta tornar 'invisíveis' os mortos pela covid-19

Secretários de Saúde dizem que governo tenta tornar "invisíveis" os mortos pela covid-19

Novo secretário do Ministério da Saúde afirmou que número de mortos será recontado porque os dados atuais seriam "fantasiosos ou manipulados" e que os gestores estaduais estão "inflando os números" para conseguir mais recursos públicos

Publicado em 6 de junho de 2020 às 14:38

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O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, repudiou com "veemência e indignação" o que chamou de "levianas afirmações" do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard. Beltrame afirma que há uma tentativa "autoritária, insensível, desumana e anti-ética" de dar invisibilidade aos mortos pelo coronavírus. "Não prosperará. Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos e tampouco a tragédia que se abate sobre a nação", completou.

Vitória - ES - Sepultamento de vítima da Covid-19 no cemitério Boa Vista, em Maruípe.
Vitória - ES - Sepultamento de vítima da covid-19 no cemitério Boa Vista, em Maruípe. . (Vitor Jubini)

Em entrevista ao jornal O Globo, Wizard disse que o Ministério da Saúde vai recontar o número de mortos no Brasil vítimas do coronavírus porque os dados atuais seriam "fantasiosos ou manipulados" e que os gestores públicos de Estados e municípios estão "inflando os números" para conseguir mais recursos públicos.

Beltrame rebateu as acusações de Wizard e disse que os secretários não são "mercadores da morte". "Ao afirmar que secretários de Saúde falseiam dados sobre óbitos decorrentes da Covid-19 em busca de mais orçamento, o secretário além de revelar sua profunda ignorância sobre o tema, insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias", afirmou.

"Wizard menospreza a inteligência de todos os brasileiros, que num momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes queridos mortos tratados como "mercadoria". Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco", afirmou Beltrame, em nota.

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