Publicado em 16 de janeiro de 2023 às 13:14
BRASÍLIA - O relógio trazido ao Brasil por dom João 6º em 1808 foi depredado por um manifestante que usava uma camiseta estampada com o rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a invasão do Palácio do Planalto no domingo (8).>
Imagens do circuito interno de câmeras do Palácio do Planalto mostram o homem derrubando a peça da mesa na qual estava exposto. As imagens foram divulgadas pelo Fantástico, da TV Globo, no domingo (15).>
A possibilidade de restauro da peça, segundo membros do governo federal, ainda é incerta, uma vez que se trata de uma peça única.>
O relógio estava exibido no terceiro andar do Planalto, no mesmo piso onde está localizado o gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).>
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Nas imagens, esse mesmo manifestante golpista anda livremente pelo andar e tenta desligar o disjuntor, para cortar a energia elétrica. Ele também busca extintores de incêndio e os usa para tentar quebrar a câmera de segurança que flagrou a sua ação.>
Único exemplar da peça no mundo todo, o objeto foi dado de presente a dom João 6º pela corte de Luís 14, da França. A obra foi desenhada por André-Charles Boulle e fabricada pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot no fim do século 18, poucos anos antes de ser trazida ao Brasil.>
Os ponteiros e números do relógio foram arrancados e uma estátua que enfeitava o topo da peça foi arrancada.>
Imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto mostram o momento em que homem destrói o relógio que Dom João 6º trouxe para o Brasil, em 1808 Relatório preliminar do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que mapeia os danos ao patrimônio causados nos atos golpistas, divulgado na semana passada, aponta que as peças internas do relógio foram recolhidas e catalogadas "para futuro restauro" e que ele teve fragmentos separados de seu suporte.>
O texto aponta ainda que o relógio está "fragmentado em toda sua extensão, apresentando fissuras, deformações e perdas".>
O presidente do Iphan, Leandro Grass, afirmou à imprensa que há uma "indefinição" sobre a possibilidade de restauro da peça, algo já levantado pela ministra Margareth Menezes, da Cultura, também na semana passada.>
"O relógio mesmo que foi quebrado, parece que não sabemos se vai ter condições de restaurar, uma peça única", afirmou Margareth na terça-feira (10).>
"O próprio relógio que está lá no Palácio do Planalto, há uma indefinição, porque não existe hoje no Brasil, por exemplo, uma estimativa, uma percepção de que é possível restaurar ele aqui. Tudo isso vai ser aprofundado de acordo com orientações das diretorias de acervo de demais órgãos", disse Grass a jornalistas no último dia 12.>
De acordo com publicação do site do governo federal, existem no mundo apenas dois relógios fabricados por Martinot. O outro está exposto no Palácio de Versalhes, na França, mas tem metade do tamanho da peça que foi destruída. O valor do relógio danificado é considerado fora de padrão, diz o texto.>
Imagens mostram destruição no Palácio do Planalto
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