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Remessas de oxigênio que governo enviou abasteceria Manaus por poucas horas

Remessas de oxigênio que governo enviou abasteceria Manaus por poucas horas

Segundo o governo do Amazonas, a demanda diária, que estava antes do segunda onda, em torno de 30 mil metros cúbicos, subiu para mais de 70 mil na última semana

Publicado em 17 de janeiro de 2021 às 12:46- Atualizado há 3 anos

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Relatives of patients hospitalised or receiving healthcare at home, mostly suffering from the coronavirus disease (COVID-19), gather to buy oxygen and fill cylinders at a private company in Manaus, Brazil January 16, 2021. REUTERS/Bruno Kelly ORG XMIT: GGGRJO02
Parentes de pacientes internados ou em atendimento domiciliar se reúnem para comprar oxigênio. (REUTERS/Bruno Kelly /Folhapress)

Duas cargas de oxigênio encaminhadas pelo governo federal a Manaus, no mês de maio de 2020 e neste final de semana, dariam para abastecer o Amazonas por apenas poucas horas.

Na manhã deste sábado (16), o presidente Jair Bolsonaro propagandeou nas redes sociais que no dia 3 de maio mandou um carregamento de 200 cilindros de oxigênio ao Estado, algo em torno de 2 mil metros cúbicos do produto. Também no sábado, o Ministério da Defesa divulgou nota destacando que mais 6 mil metros cúbicos foram encaminhados ao Estado, o que totalizaria 8 mil metros cúbicos do oxigênio.

De acordo com o governo do Amazonas, no entanto, a demanda diária, que estava antes do segunda onda da pandemia de covid-19, em torno de 30 mil metros cúbicos, subiu para mais de 70 mil na última semana. As duas remessas, dessa forma, não somariam nem 10% da demanda total de um dia dos hospitais do Estado.

Se for levado em conta os duzentos cilindros de oxigênio que o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse no Twitter que enviou no mês de maio para o Amazonas, o volume não daria para abastecer os hospitais do Estado nem por duas horas, mesmo se fosse considerada a demanda de períodos anteriores à pandemia.

Desde a última quarta-feira, 13, quando o sistema de saúde do Amazonas entrou definitivamente em colapso, o presidente passou a ser cobrado a dar uma resposta imediata ao problema. As mortes de pessoas por asfixia, devido à falta de oxigênio, ganharam o mundo.

governo brasileiro também foi duramente criticado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nas redes sociais e no meio político o presidente também passou a ser cobrado com maior intensidade, até que Bolsonaro resolveu, nesta sexta, 15, se defender. "Fiz tudo o que estava ao meu alcance, o problema agora é do Estado do Amazonas e da Prefeitura de Manaus", disse.

No dia seguinte aos partidos de oposição anunciarem que vão ingressar com um novo pedido de impeachment, o presidente foi às redes sociais, neste sábado, para reafirmar que o governo estaria agindo. "Desde o início da pandemia o @govbr, além de recursos, enviou material humano e oxigênio para o Amazonas", destacou, no Twitter.

A postagem é acompanhada de um vídeo, da Secretaria Especial de Comunicação, que informa que o governo mandou duzentos cilindros de oxigênio para o Amazonas no mês de maio. Além do oxigênio, Bolsonaro diz no Twitter que o Ministério da Defesa entregou no Estado 31 toneladas de álcool em gel, no início da pandemia, em aviões cargueiros da Força Aérea Brasileira (FAB).

A reportagem procurou o Palácio do Planalto, neste sábado, para que o governo pudesse comentar a postagem do presidente. O Estadão também quis saber se outras cargas de oxigênio, além da informada pelo presidente, foram enviadas pelo governo a Manaus durante a pandemia. O governo não quis comentar.

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