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Queiroga, Pazuello, Ernesto e outros 11 passam a ser investigados pela CPI

Queiroga, Pazuello, Ernesto e outros 11 passam a ser investigados pela CPI

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros diz que membros da comissão já tiveram acesso a provas e indícios que justificam mudança de patamar das investigações

Publicado em 18 de junho de 2021 às 14:44

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Marcelo Queiroga no segundo depoimento à CPI da Covid
Marcelo Queiroga no segundo e. (Jefferson Rudy/ Agência Senado)
RENATO MACHADO E JULIA CHAIB

relator da CPI da Covidsenador Renan Calheiros (MDB-AL), divulgou uma lista com os nomes de 14 pessoas que passarão a partir de agora à condição de investigados pela comissão, incluindo o ministro Marcelo Queiroga (Saúde), diretores da pasta, ex-ministros e membros do gabinete paralelo.

O ofício com os nomes foi encaminhado na manhã desta sexta-feira (18) para o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).

Renan afirmou que essa mudança na condição de algumas pessoas, passando de testemunhas para investigados acentua um "momento importante da investigação". O relator explica que, em relação a essas pessoas, os membros da comissão já tiveram acesso a provas e indícios que justificam essa mudança de patamar das investigações.

"É bom para a investigação e para a segurança jurídica dos investigados", disse Renan.

Os investigados, argumenta, poderão agora ter acesso à investigação, provas e indícios que estão sendo reunidos contra eles. O próprio Renan reconhece que, em relação aos depoimentos, os trabalhos da comissão podem ser dificultados, uma vez que esses agentes agora estarão desobrigados de falar a verdade e podem permanecer calados.

Renan citou em particular o caso do ministro Marcelo Queiroga. Justificou que sua inclusão afirmando que seu primeiro depoimento à comissão foi "pífio" e "ridículo".

"Colocamos o ministro Queiroga, atual ministro, que teve uma participação pífia e ridícula na comissão parlamentar de inquérito. Em seu primeiro depoimento, tentou dizer que teria a autonomia que faltou a [Nelson] Teich e [Luiz Henrique] Mandetta. Os fatos mostraram o contrário", afirmou.

O relator também justificou a inclusão afirmando que adquiriu lotes de vacinas 20% mais caros que contratos anteriores e, em diálogo com a Organização Mundial de Saúde, teria defendido o tratamento precoce.

Renan e o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também criticaram duramente o presidente Jair Bolsonaro, que defendeu em transmissão ao vivo que a imunização pela infecção é mais efetiva do que a vacina contra a Covid-19.

Randolfe afirmou que apresentou requerimento para convocar diretores do Facebook e do Youtube para explicar por que essas transmissões não sofrem sanções.

"Por muito menos, o senhor Donald Trump foi banido das redes sociais".

Randolfe também afirmou que vai apresentar ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), proposta para que a CPI não tenha recesso em julho, para tentar concluir no prazo regimental de 90 dias os trabalhos. No entanto, ressaltou que a necessidade de prorrogação ou não será ditada pelo ritmo da apuração.

O vice-presidente da comissão também afirmou que o ex-governador Wilson Witzel, que depôs na comissão na quarta-feira, relatou ter sido ameaçado. A comissão vai, portanto, apresentar pedido de proteção para a Polícia Federal.

RELAÇÃO DE INVESTIGADOS 

  • Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde

  • Élcio Franco, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde

  • Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social da Presidência

  • Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

  • Paolo Zanoto, virologista, suspeito de fazer parte do gabinete paralelo

  • Hélio Angotti, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde

  • Francielle Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI)

  • Marcelo Queiroga, ministro da Saúde

  • Carlos Wizard, empresário

  • Arthur Weintraub, ex-assessor da presidência da República

  • Nise Yamaguchi, médica defensora da hidroxicloroquina

  • Marcellus Campelo, secretário de Saúde do Amazonas

  • Luciano Dias Azevedo, médico que redigiu proposta de mudança da bula da hidroxicloroquina

  • Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores

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