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PSL estuda expulsar Bia Kicis após voto contrário ao Fundeb

PSL estuda expulsar Bia Kicis após voto contrário ao Fundeb

Deputado Junior Bozella, presidente da legenda em São Paulo, afirmou que "se o próprio Bolsonaro retaliou os bolsonaristas, não é o PSL que vai passar a mão na cabeça"

Publicado em 24 de julho de 2020 às 12:56

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Deliberação do Projeto de Lei nº 8, de 2020, do Congresso Nacional. dep. Bia Kicis (PSL - DF)
Do PSL, deputada federal Bia Kicis é aliada do governo Bolsonaro. (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

A Executiva Nacional do PSL estuda expulsar a deputada federal Bia Kicis (DF) por causa de seu voto contrário à Proposta de Emenda à Constituição que tornou o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) em programa permanente. A informação foi dada ao Broadcast Político, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, pelo deputado Junior Bozella, que é presidente da legenda em São Paulo.

"Se o próprio Bolsonaro retaliou os bolsonaristas, não é o PSL que vai passar a mão na cabeça. O partido nunca foi omisso com aqueles que depõem contra os interesses da nação", afirmou Bozella. O Fundeb é o principal mecanismo de financiamento da educação básica no País. A PEC foi aprovada na Câmara e agora precisa ser analisada pelo Senado.

Na quarta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) destituiu Bia Kicis da vice-liderança do governo no Congresso. A deputada é uma das mais ferrenhas apoiadoras de Bolsonaro e foi surpreendida com a dispensa. Além dela, outro seis deputados do PSL votaram contra a mudança no Fundeb durante o primeiro turno da votação na Câmara. Todos são apoiadores de Bolsonaro, mas a legenda ainda não informou se o tratamento dado a Bia Kicis será estendido aos demais.

Como o Broadcast Político mostrou nesta quinta-feira, a retirada da parlamentar da função foi mais um movimento do presidente para se afastar da ala radical do bolsonarismo nesta fase em que precisa ampliar sua base de sustentação. A intenção do governo é reorganizar a articulação no Congresso após a derrota na votação da PEC do Fundeb.

Na prática, a gota d'água para a saída de Bia Kicis ocorreu após ela ter passado recibo da derrota do Planalto na votação do Fundeb. O governo articulou uma manobra para "vender" a imagem de que havia saído vitorioso em plenário. Chegou mesmo a mudar de posição na última hora, quando percebeu que perderia. Mesmo assim, a então vice-líder do governo fez questão de manter o voto contra a proposta que prorrogou o Fundeb, escancarando o racha.

Bia Kicis disse, depois, que votou de acordo com sua consciência, como sempre fez o próprio Bolsonaro quando era deputado. Na avaliação de aliados bolsonaristas, o presidente tenta se distanciar de políticos que vivem em atrito com o Supremo Tribunal Federal (STF). Alvo de inquérito das fake news na Corte, Bia Kicis ficou magoada com Bolsonaro, que ainda busca um nome para substituí-la.

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