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Perda de olfato pode indicar infecção pelo novo coronavírus

Perda de olfato pode indicar infecção pelo novo coronavírus

Cerca de 30% dos pacientes com o coronavírus relataram o sintoma na Coreia do Sul

Publicado em 26 de março de 2020 às 12:57

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Jovem casal assoando o nariz em lenço em casa
A perda total ou parcial do olfato pode ser o primeiro sinal da infecção pelo novo coronavírus. (shutterstock)

A perda total ou parcial do olfato pode ser o primeiro sinal da infecção pelo novo coronavírus. Médicos de países como China, Alemanha, Itália e França estão acendendo esse alerta após observação de seus pacientes com Covid-19.

Em um comunicado, a Associação Britânica de Otorrinolaringologia (Entuk) e a Sociedade Britânica de Rinologia disseram que o número de pacientes que desenvolveram o sintoma em diferentes países é significativo.

Na Alemanha, foi relatado que mais de 2 a cada 3 casos confirmados da infecção pelo vírus desenvolveram anosmia ou a hiposmia (nomes dados para a perda total e parcial do olfato, respectivamente).

Na Coreia do Sul, onde os testes foram mais frequentes, cerca de 30% dos pacientes com o novo coronavírus relataram o sintoma, diz o comunicado.

O jogador de basquete Rudy Gobert, que joga pelo Utah Jazz na NBA (principal liga profissional de basquete dos Estados Unidos), disse em rede social no domingo (22) que estava com o sintoma. Gobert teve confirmação da Covid-19 em meados de março; logo depois, a NBA anunciou a paralisação.

"A perda do olfato e do paladar definitivamente é um dos sintomas, não consigo sentir o cheiro de nada nos últimos quatro dias", disse o jogador na publicação.

A Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (SBORL) também publicou um documento com orientações para os médicos. O texto diz que a ocorrência súbita da falta de olfato desacompanhada do congestionamento nasal, frequente em gripes e resfriados comuns, por exemplo, talvez possa indicar infecção pelo novo coronavírus.

Para esses casos, a entidade sugere isolamento em casa por 14 dias.

De acordo com Geraldo Druck Sant'Anna, diretor-presidente da SBORL, uma equipe de membros da instituição se reuniu para fazer uma revisão dos relatos que estavam aparecendo pelo mundo e juntar evidências. "Não temos um número de casos suficiente para dizer se isso é uma verdade absoluta. A doença é nova e ainda estamos aprendendo sobre ela, mas essa é uma recomendação prudente", disse.

Anosmia e hiposmia acontecem normalmente em gripes e resfriados comuns, explica a médica otorrinolaringologista Maura Neves. "Mas, nos relatos sobre a covid-19, a anosmia tem acontecido sem a presença de outros sintomas, ou antes de outros sintomas, como a febre e a dificuldade para respirar", diz.

O isolamento nessa fase inicial da infecção é uma das maneiras de combater a rápida expansão do vírus, afirmam os médicos. O microrganismo pode se alojar no trato respiratório superior (laringe, faringe e traqueia) e é possível que o infectado fique sem sintomas por cerca de dez dias. Sem sintomas, essa pessoa pode espalhar o vírus mais rápido, porque não fica em repouso ou isolamento.

"Como muitos contaminados permanecem saudáveis, esse sintoma pode acabar passando despercebido", acrescenta Neves. A perda de paladar também pode aparecer, já que são sistemas conectados, diz a médica.

"Se o paciente notou perda de olfato e paladar, mas não tem febre ou outros sintomas respiratórios, como tosse, falta de ar e congestionamento nasal, recomendo que fique em casa", afirma a médica, que disse já ter ouvido relatos de pacientes que atende com o sintoma.

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