Publicado em 31 de dezembro de 2022 às 21:02
BRASÍLIA - O vice-presidente, Hamilton Mourão, criticou em pronunciamento em rede nacional nesta sábado (31) representantes dos Três Poderes e afirmou que o silêncio de autoridades criou o caos social. >
Mourão não mencionou nominalmente o presidente Jair Bolsonaro (PL) ou os chefes do Legislativo e do Judiciário, mas disse que a atuação dessas "lideranças" fizeram com que as Forças Armadas "pagassem a conta". >
"Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e, deletério criassem um clima de caos e desagregação social e de forma irresponsável deixasse que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta. A alternância do poder é saudável e deve ser preservada", disse.>
No pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, o presidente em exercício também deu um recado a apoiadores que seguem acampados nas portas de quartéis, pedindo ao grupo que voltem a seus "afazeres".>
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Mourão criticou, sem mencionar nomes diretamente, integrantes do Legislativo e também do Judiciário, afirmando que os grupos deixaram que se criasse caos "com silêncio ou protagonismo inoportuno e deletério". >
"A falta de confiança de parcela significativa da sociedade nas principais instituições públicas decorre da abstenção intencional desses entes do fiel cumprimento dos imperativos constitucionais, gerando a equivocada canalização de aspirações e expectativas para outros atores públicos que, no regime vigente, carecem de lastro legal para o saneamento do desequilíbrio institucional em curso", disse.>
Aos apoiadores, Mourão pediu ao grupo que voltem para suas casas. O presidente em exercício, que também é senador eleito pelo Rio Grande do Sul, prometeu que os bolsonaristas eleitos para o Congresso promoverão uma "oposição dura" ao governo Luiz Inácio Lula da Silva. >
"Tranquilize-mos. Retornemos à normalidade da vida, aos nossos afazeres, e ao concerto de nossos lares, com fé, e com a certeza de que nossos representantes eleitos farão dura oposição ao projeto progressista do governo de turno sem, contudo, promover oposição ao Brasil".>
No pronunciamento, Mourão citou alguns feitos do governo ao longo dos últimos quatro anos, sobretudo na área econômica, como a privatização de estatais e a digitalização da gestão pública. O presidente em exercício citou ainda as consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e os impactos da pandemia da covid-19. >
"Apoiamos governos estaduais e municipais com recursos médicos e medicamentos independentemente da posição política ou ideológica dos chefes do Executivo", ressaltou. >
Mourão ainda afirmou que a gestão Bolsonaro entregou ao próximo governo "um país equilibrado e livre de práticas sistemáticas de corrupção" e "com as contas públicas equilibradas".>
O pronunciamento de Mourão marca o fim do governo Bolsonaro. No domingo (1º) o presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomará posse para um mandato de quatro anos. Nos dias seguintes, ocorrerão as transmissões dos cargos dos ministros do governo petista. >
Na sexta-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro deixou o país ontem com destino aos Estados Unidos, quebrando a tradição da entrega da faixa presidencial ao seu sucessor. O futuro ex-mandatário ficará um período "sabático" na casa do ex-lutador de MMA, José Aldo, em Orlando, na Flórida.>
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