Publicado em 16 de outubro de 2021 às 10:22
Uma startup mineira desenvolveu um spray anti-Covid à base de nióbio que, segundo os criadores, pode proteger as mãos por até 24 horas contra o novo coronavírus. >
Uma parte do financiamento do projeto foi custeada com recursos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Cerca de R$ 500 mil foram recebidos por meio de um edital específico de combate à Covid-19. >
Segundo Luiz Carlos Oliveira, sócio da Nanonib e professor do departamento de Química da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o spray, chamado Innib 41, foi produzido a partir de uma molécula desenvolvida antes da pandemia. Ela tem ação contra vírus e também 18 tipos de bactérias resistentes, ele conta. >
O produto já foi submetido para a avaliação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e ainda aguarda parecer. No processo, ao menos quatro reuniões foram feitas com o órgão regulador. >
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O começo da produção deve ocorrer somente depois da resposta da agência, de acordo com os pesquisadores. Para essa etapa, eles contam com outros investidores, além dos recursos do ministério. >
Antes de ser submetido à Anvisa, o spray passou por pesquisa em laboratório e foi testado em 300 pessoas. Oliveira explica que o spray não é tóxico pelo fato de usar baixa concentração de nióbio, minério que é o 41º elemento da tabela periódica . >
"Submetemos o produto a uma empresa especializada em testar toxicidade em moléculas novas com metodologia reconhecida internacionalmente. Todos os estudos de segurança e eficácia foram feitos e mostraram que o produto não é tóxico, podendo ser usado também em crianças", conta o pesquisador. >
Segundo Oliveira, o projeto foi pensado para Covid para ajudar principalmente as pessoas que não conseguem higienizar as mãos com muita frequência, como operadores de caixa de supermercado e motoristas de aplicativos. >
A remoção, em caso de necessidade, pode ser feita apenas com água - sabão não é essencial para isso, de acordo com o cientista. >
A Nanonib é uma startup criada dentro da UFMG pelos professores Oliveira, Jadson Belchior e Cinthia de Castro. A empresa é especializada em produtos à base de nióbio. >
Os responsáveis começaram a trabalhar com esse minério pelo fato de o Brasil ser o maior produtor e exportador de nióbio do mundo. "Nós vimos que essa seria uma oportunidade de achar aplicações diferentes para o nióbio", afirma Oliveira. >
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um entusiasta do nióbio. Ele citou o elemento químico antes e durante a campanha eleitoral de 2018. Já eleito, ele também não deixou que fosse esquecido. >
Em visita ao Japão em 2019, por exemplo, ele disse que o Brasil aproveita mal o metal, que pode ser usado em gasodutos, turbinas e até em foguetes espaciais e reatores nucleares. >
Na semana passada, Bolsonaro participou da abertura da 1ª Feira Nacional do Nióbio, em Campinas (SP), ao lado do ministro Marcos Pontes (Ciência). Na ocasião, o chefe do Executivo destacou a importância do mineral para o país.>
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