Publicado em 15 de maio de 2021 às 10:36
Médicos especializados em obstetrícia afirmam que as mulheres grávidas com comorbidades devem tomar a vacina contra o coronavírus. Segundo eles, os riscos de as gestantes desenvolverem quadros graves de Covid-19 é maior do que o de eventuais efeitos colaterais causados pelos imunizantes, que, segundo eles, são raros. >
Na segunda-feira (10), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão da utilização de vacinas de Oxford/AstraZeneca em gestantes. A orientação foi dada depois que uma mulher morreu após receber o imunizante no Rio de Janeiro. A recomendação foi reiterada no dia seguinte pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. >
Por esse motivo, os especialistas sugerem que, até que a investigação seja concluída, as gestantes evitem a vacina da AstraZeneca. >
A médica Cecília Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), afirma que, no caso das grávidas, a Covid é uma doença "extremamente grave" e que pode provocar trombose, colocando a mulher e o bebê em risco de morte. >
>
"As gestantes com comorbidade devem continuar tomando as vacinas, mas dar preferência para as da Pfizer ou a Coronavac", diz. Segundo a médica, esses dois imunizantes já possuem dados mais concretos a respeito da segurança do uso em mulheres grávidas. >
Cecília diz que, caso os Estados e municípios voltem a aplicar a AstraZeneca em gestantes mesmo antes da conclusão das investigações sobre o caso do Rio, é indicado que a mulher procure seu médico antes de tomar a dose. "Se ela conversou com o médico que faz o acompanhamento e ele considerou que o risco de ela apegar Covid é maior do que o de eventual problema com AstraZeneca, ele vai fazer uma carta orientando nesse sentido. A vacina é extremamente segura e o risco é muito pequeno." >
"Uma grávida que pega ônibus, que trabalha em hospital ou que tem alguém em casa que trabalha em hospital, está correndo um risco maior da doença do que de tomar a vacina e ter algum problema", destaca. >
O médico Eduardo Cunha Fonseca, diretor da Sogimig (Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais), também recomenda que se evite a vacina da AstraZeneca, mas pondera que o risco de efeitos colaterais é raro. Segundo ele, a chance de problemas graves relacionados a trombose é na ordem de 1 para 100 mil. >
Ele acrescenta que é importante "tranquilizar" as grávidas que já tomaram essa vacina. "Geralmente esse evento [adverso] ocorre poucos dias depois da primeira dose, de quatro a seis dias. Se a mulher não teve nada nesse período, dificilmente vai apresentar. Após a segunda dose, é mais difícil ainda", explica. >
A representante da Febrasgo alerta que, após a imunização, as gestantes devem ficar atentas aos seguintes sintomas: tontura, dor de cabeça, visão turva e manchas na pele. Se houver esses sinais, é importante procurar atendimento médico. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta