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Golpista do Tinder brasileiro que enganou 7 mulheres é preso

Golpista do Tinder brasileiro que enganou 7 mulheres é preso

Augusto se apresentava, em vários aplicativos de namoro, como engenheiro civil, pós-graduado, morador da Avenida Paulista e cozinheiro amador à procura de relacionamento sério

Publicado em 22 de setembro de 2022 às 15:14

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura

A Polícia prendeu na manhã desta quinta-feira (22) Augusto, acusado de enganar, manipular e pedir dinheiro a mulheres que conhecida e se envolvia através de aplicativos de namoro como Tinder, lovoo, badoo e POF. Augusto estava foragido desde março, quando foi decretada sua prisão pelo crime de estelionato digital, já que ele acionava as vítimas pela internet. O golpista brasileiro enganou ao menos 7 mulheres.

O nome completo dele não foi divulgado pela justiça porque, segundo a promotora Erika Pucci da Costa Leal, que atua no caso, a divulgação de dados pessoais, nesse momento, pode gerar indenização.

No momento da prisão, Augusto estava em um condomínio na Lapa, zona oeste de São Paulo, com uma médica, outra possível vítima. Segundo a equipe do delegado Ronald Quene Justiniano Marques, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ele ainda tentou fugir de carro, mas acabou colidindo com outros veículos e foi preso.

Agora, Augusto será levado para o Deic de São Bernardo do Campos para a lavratura do boletim de ocorrência e encaminhado para custódia. A pena de reclusão pode ir de quatro a oitos anos.

A promotora Erika Pucci da Costa Leal, que atua no caso, acredita que Augusto tenha feito outras vítimas que devem aparecer, já que agora o caso está sendo divulgado. Ela pede para que mulheres que suspeitem que tenham tido algum contato com ele entrem em contato com o Ministério Público.

ENTENDA O CASO

Augusto é acusado por sete mulheres de aplicar golpes após conhecê-las em aplicativos de namoro. Em diferentes aplicativos, o criminoso se apresentava como engenheiro civil, pós-graduado, morador da Avenida Paulista, em São Paulo, e cozinheiro amador à procura de relacionamento sério.

As vítimas, em geral, são mulheres entre 34 e 40 anos com perfis diferentes e que trabalham como advogadas, professoras, vendedoras ou na área de tecnologia da informação.

A prisão preventiva foi decretada pelo golpe aplicado em uma das vítimas em 2021, que reuniu provas e fez a denúncia em uma delegacia. Ele deve responder por crime de estelionato, já que o estelionato sentimental, embora seja um termo utilizado, não consta no código penal. Mas é possível dizer que a forma como ele ilude as vítimas envolve manipulação de sentimentos.

VÍTIMAS TÊM DIREITO A RESSARCIMENTO

Aproveitando o envolvimento amoroso por parte das mulheres, Augusto costumava pedir dinheiro emprestado às vítimas utilizando desculpas como bloqueio de contas ou bens. Em mais de um caso, ele utilizou como argumento a versão de que o contador teria se equivocado com o imposto de renda, o que teria feito com que caísse na malha fina e, por isso, precisaria pagar imposto. Como "estava" com as contas bloqueadas, ele pedia o empréstimo em dinheiro vivo.

Quando o relacionamento avançava, ele até fazia proposta de abrirem um negócio juntos. Mas, depois que alcançava seus objetivos, ele desaparecia. O sumiço poderia se dar em quatro dias ou em meses, dependia de quanto ele percebia que podia tirar da vítima. Teve quem desse a ele R$ 1.100 e até R$ 150 mil. No golpe mais rápido, ele tirou da vítima R$ 8.400 em quatro dias.

"Augusto se apresenta como um homem afetuoso, atencioso, com histórias de ausência de família próxima ou de muita carga de trabalho a impedir inserção da vítima no seu círculo social. No entanto, mantém encontros pessoais, inclusive frequenta a residência das vítimas e conhece familiares dela, ganhando a confiança deles também. Desde o começo, ele já vai atuando de forma que ela lhe entregue bens ou valores", afirma Érika.

Segundo a promotora, as vítimas têm o direito de buscar o ressarcimento dos prejuízos e danos que sofreram no juízo cível, além da punição na esfera criminal. "Esse tipo de criminoso não lesa as vítimas apenas patrimonialmente. Ele subtrai delas a autoestima e o amor próprio. Isso dificulta muito a denúncia", afirma.

Ao que tudo indica, ele atua sozinho, mas dava conta de várias vítimas ao mesmo tempo, como apurou Erika Pucci: "Como ele transitava por vários aplicativos e há relatos de mais de uma vítima no sentido de que, em poucos meses, ele chegou a mudar mais de dez vezes de número de telefone, é de se pressupor que os golpes eram aplicados em mais de uma vítima ao mesmo tempo."

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