Publicado em 23 de agosto de 2021 às 15:31
Em reunião do Fórum dos Governadores, o tucano João Doria (PSDB) alertou seus colegas sobre o risco de infiltração bolsonarista nas polícias estaduais. >
"Creiam, isso pode acontecer no seu Estado. Aqui nós temos a inteligência da Polícia Civil, que indica claramente o crescimento desse movimento autoritário para criar limitações e restrições, com emparedamento de governadores e prefeitos", afirmou. >
Doria comentava e defendia o afastamento do coronel Aleksandro Lacerda, comandante de sete batalhões de Polícia Militar do interior paulista, que no fim de semana fez postagens convocando amigos para o ato bolsonarista que foi marcado pelo presidente para o 7 de Setembro. >
O jornal "O Estado de S. Paulo" mostrou isso e postagens anteriores do policial militar, nas quais ele criticava Doria (de "cepa indiana"), o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (beneficiário de "esquema mafiosos"), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco e o Supremo Tribunal Federal. >
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João Doria
Governador de São PauloDoria ressaltou que os bolsonaristas "estimulam pessoas a ir armadas para as ruas". >
Para ele, o episódio ocorre "num momento gravíssimo da vida nacional". O tucano será um dos signatários de uma carta em defesa da democracia, proposta no fórum por Wellington Dias, o petista que governa o Piauí. "O Brasil vive um momento tenso, precisa de um ambiente de diálogo", disse Dias. >
O governador de São Paulo afirmou aos governadores que não toleraria indisciplina nas polícias de São Paulo. "Sendo do governo, se quiser emitir posição política, que saia do governo", disse. >
A indisciplina de polícias é um dos maiores temores de governadores, que já viram Bolsonaro dar apoio a amotinados na PM do Ceará e policiais atacarem sem ordem manifestantes contrários ao presidente em Recife. >
Para integrantes da cúpula do Exército, é um temor real e que precisa ser acompanhado. Eles descartam, contudo, contaminação de suas próprias tropas e insistem em que não apoiarão intentonas golpistas de Bolsonaro. >
O presidente já tem um roteiro traçado, inspirado pela tentativa frustrada de levante de seu ídolo Donald Trump quando perdeu a eleição para Joe Biden no ano passado, levando à invasão do Capitólio em 6 de janeiro. >
Aqui, Bolsonaro critica antecipadamente a lisura da eleições, tendo incentivado a fracassada tentativa de criar a impressão do voto. Ele já disse que o pleito de 2022 poderia não ocorrer sem a implantação da medida, no que foi amplamente rechaçado por outros Poderes.>
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