Publicado em 30 de novembro de 2020 às 12:49
Entre um compromisso e outro da campanha eleitoral, o prefeito Bruno Covas (PSDB) foi até o Hospital Sírio-Libanês na última quarta-feira (25) para mais uma aplicação de imunoterapia, tratamento que faz a cada três semanas desde fevereiro passado. >
Uma semana antes, ele tinha feito exames de sangue de rotina. "Clinicamente está muito bem", afirma o oncologista Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, que acompanha Covas desde o início do diagnóstico de um câncer na cárdia (entre o estômago e o esôfago), em outubro de 2019.>
Covas está com a doença controlada, segundo Pfiffer. Mas não há previsão de término para o tratamento.>
A terapia consiste em injeções de uma medicação chamada pembrolizumabe. Elas são administradas por meio de um cateter que o prefeito tem implantado no peito. As sessões duram 30 minutos.>
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A imunoterapia, que normalmente dura dois anos, tem revolucionado o tratamento de vários tipos de câncer. No caso de Covas, além do tumor na cárdia, foram detectadas lesões no fígado e nos linfonodos ao lado do estômago.>
Entre outubro de 2019 e fevereiro, o prefeito fez oito sessões de quimioterapia. As lesões cancerígenas regrediram, mas não desapareceram por completo. Desde fevereiro, ele passou a fazer uso da imunoterapia.>
Esse tipo de terapia não visa atacar as células do tumor, como na quimioterapia convencional, mas sim estimular as células de defesa do organismo para que elas combatam a doença.>
Uma outra vantagem é que a imunoterapia tem menos efeitos colaterais do que a quimioterapia tradicional.>
Ainda que cerca de 10% dos pacientes que se submetem à imunoterapia tenham efeitos mais severos, como problemas renais, na tireoide ou hepatite, Covas não teve alteração associada ao remédio, segundo Pfiffer.>
A cada três ciclos de imunoterapia, dois meses aproximadamente, Covas faz exames laboratoriais e de imagem (endoscopia, tomografia, ressonância magnética e PET/Scan).>
Na opinião do oncologista, o prefeito tem uma chance grande de uma resposta duradoura ao tratamento, ou seja, a regressão do câncer.>
Na última bateria de exames, em setembro, o resultado foi promissor: o câncer nos linfonodos havia se reduzido pela metade.>
A forma como Covas tem reagido ao enfrentamento da doença tem surpreendido a equipe médica. "Fisicamente, está tirando tudo de letra. Emocionalmente, nunca se deixou abater.">
Em junho deste ano, Covas foi diagnosticado com Covid-19, afastou-se e retornou ao cargo duas semanas depois. No Sírio, não são raras as vezes em que ele chega sozinho para as sessões de imunoterapia.>
Segundo Pfiffer, o prefeito tem sido transparente desde o início do diagnóstico, o que diminui as chances de rumores. Mas, ainda assim, eles se intensificaram no período eleitoral. "Desde a primeira coletiva de imprensa, ele pediu para gente ser sincero e transparente com as informações.">
Na reta final da campanha, voltaram a surgir rumores sobre a razão do emagrecimento do prefeito. Segundo o médico, não há relação nenhuma com o tratamento ou com a doença. É atribuído à correria do período eleitoral.>
O oncologista diz que o prefeito está apto a realizar suas atividades pessoais e profissionais sem maiores restrições.>
Ainda que os oncologistas sejam unânimes em ratificar o avanço da imunoterapia, eles reforçam que, por ora, não há garantias de que tumor não voltará a progredir mesmo com o tratamento.>
Anos atrás, a doença evoluiria em meses, no máximo dois anos, de maneira fatal. Mas hoje essas novas drogas personalizadas possibilitam respostas duradouras de médio e longo prazo.>
A resposta, porém, vai de cada indivíduo, já que é o próprio organismo que conduz a batalha contra o tumor.>
Portanto, não é possível saber se o tumor de Covas continuará regredindo até ocorrer uma "resposta completa" ou se voltará a progredir, piorando o quadro. Essa é uma resposta que ninguém tem.>
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