Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 12:18
- Atualizado há 5 anos
A adesão do PSL ao bloco de apoio ao deputado Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara fez dirigentes da legenda intensificarem movimento para tentar reconquistar dissidentes. A cúpula do partido apoia Baleia Rossi (MDB-SP). >
Lira é o candidato à presidência da Casa apoiado por Jair Bolsonaro (sem partido). Baleia, que é o candidato do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), lidera um grupo de partidos, incluindo siglas da oposição, que faz frente ao ocupante do Palácio do Planalto.>
Diante dos embates no PSL, a campanha de Lira torce para que a demonstração de força do líder do centrão nesta semana provoque mais defecções no campo do adversário.>
São esperadas traições em siglas de centro que poderiam também aderirem formalmente a Lira.>
>
Aliados do deputado apoiado pelo Planalto calculam que haverá traições em partidos como PSDB e DEM. As direções de ambas as legendas – que têm 33 e 29 deputados, respectivamente – anunciaram apoio a Baleia.>
A expectativa é rachar os partidos ao meio para que deputados coletem a metade das assinaturas mais uma de cada legenda e forcem a migração para o bloco de Lira.>
Seria um movimento semelhante ao do PSL, sigla pela qual Bolsonaro se elegeu presidente em 2018 e que ainda abriga um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).>
Nesta quinta-feira (21), a Mesa Diretora da Câmara deu aval para que o PSL ingresse no bloco de Lira. O candidato do PP conseguiu a assinatura de 36 deputados dos 53 que foram eleitos pela legenda.>
Na semana passada, Lira havia conseguido a assinatura de 32 congressistas, dos quais 17 tinham sido suspensos.>
O deputado fez uma nova investida sobre a sigla para conseguir a metade mais um da bancada que está ativa e não sofreu sanções.>
A maioria dos apoios obtidos por Lira é de bolsonaristas. Os quatro últimos que aderiram ao seu bloco, porém, eram considerados pela direção do PSL aliados da cúpula do partido, que se posiciona contra Bolsonaro.>
A adesão a Lira irritou dirigentes. "É uma questão intrapartidária. Foram pessoas beneficiadas pelo partido, receberam fundo, presidem diretórios estaduais", disse o deputado Júnior Bozella (SP), vice-presidente do PSL.>
"A gente tem tentado puxar o grupo do PSL para uma reflexão, porque a história vai cobrar a fatura. Eles estão fadados ao insucesso porque estão traindo a população brasileira", afirmou.>
Os deputados Charlles Evangelista (PSL-MG), Delegado Pablo (PSL-AM) e Nicoletti (PSL-RR) são presidentes de diretórios estaduais. Júnior Bozella defendeu que, caso sigam com Lira, percam os cargos de direção no partido.>
O tamanho do bloco partidário é relevante porque define a ordem de prioridade de cada partido na escolha de cargos na Mesa Diretora e nas comissões.>
Os grupos têm até o dia 1º de fevereiro para ser definidos e podem mudar até lá. Até agora, o bloco de Baleia somava 291 deputados. Sem o PSL, ele cai para 238, enquanto o de Lira sobe para 272.>
O voto para a presidência da Câmara é secreto. Logo, os blocos não refletem o placar final da eleição.>
A pouco mais de uma semana do pleito, cada candidato investe nos locais em que precisa captar mais votos. Os maiores desafios para Baleia, segundo aliados, estão no Rio de Janeiro e no Paraná.>
Já Lira fez nesta semana uma ofensiva em São Paulo. O deputado do PP afirmou nesta quinta ter o apoio da maioria dos deputados paulistas, apesar de o governador João Doria (PSDB) apoiar seu adversário.>
"São Paulo está do nosso lado. Quem vota na eleição da Câmara são os deputados. Os governadores, eu respeito institucionalmente, cada um pode tomar a sua posição, mas a campanha é feita internamente", afirmou Lira.>
"Minha campanha é a proposta do nós, acabando com a centralização da pauta e a governabilidade do eu", disse, em crítica endereçada a Baleia.>
Lira está percorrendo o país em campanha e chegou à capital paulista na quarta-feira (20). Segundo aliados, um jantar de apoio reuniu 43 deputados federais de São Paulo e outros 31 de outros Estados.>
Estavam presentes também os presidentes de seis partidos – PSD, PP, PL, Podemos, Avante e Republicanos.>
Aliados de Baleia contestam o favoritismo alegado por Lira no estado. De acordo com eles, a disputa ainda está em aberto, com 13 deputados paulistas indecisos.>
Nesta quinta pela manhã, Lira teria reunião com o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). O encontro, no entanto, acabou cancelado por conflito de agendas.>
O deputado teve uma reunião com representantes do mercado financeiro e conversou com Bruno Covas apenas por telefone.>
De acordo com tucanos, o contato com o prefeito ocorre por questão institucional e de educação. Para aliados de Doria, Lira busca votos em São Paulo porque o estado tem a maior bancada do país, com mais de 70 deputados.>
Lira falou à imprensa após palestra na Associação Comercial de São Paulo, onde esteve acompanhado por cerca de 20 deputados.>
Também estavam presentes o ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do PSD e ex-secretário de Doria, e o secretário municipal da Casa Civil, Ricardo Tripoli (PSDB), representando Covas. Kassab já declarou seu apoio a Lira.>
A investida de Lira em São Paulo ocorre após gesto de Doria a favor de Baleia. Na sexta-feira (15), o governador ofereceu ao emedebista um almoço que reuniu cerca de 20 parlamentares e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no Palácio dos Bandeirantes.>
Após o almoço, Doria concedeu entrevista à imprensa para declarar seu apoio a Baleia.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta