Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 09:32
BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sofreu novas derrotas terça-feira (20) em solicitações feitas ao STF (Supremo Tribunal Federal).>
O ministro Alexandre de Moraes negou novamente um segundo pedido feito pela defesa de Bolsonaro para ser dispensado do depoimento marcado para a próxima quinta (22), na Polícia Federal (PF).>
Moraes afirmou que há qualquer motivo para adiar a data agendada para o interrogatório e que a defesa insiste nos mesmos argumentos já rejeitados em decisão anterior, "onde ficou absolutamente claro que o investigado teve acesso integral a todas as diligências efetivadas e provas juntadas aos autos".>
Em decisão anterior, Moraes tinha dito que não tem razão ao investigado ao afirmar que não foi garantido o acesso integral a todas as diligências efetivadas e provas juntadas aos autos, "bem como, não lhe compete escolher a data e horário de seu interrogatório".>
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O ministro também escreveu, em sua decisão, que a Constituição Federal consagra o direito ao silêncio e o privilégio contra a autoincriminação, "mas não o direito de recusa prévia e genérica à observância de determinações legais ao investigado ou réu".>
"Ou seja, não lhes é permitido recusar prévia e genericamente a participar de atos procedimentais ou processuais futuros, que poderão ser estabelecidos legalmente dentro do devido processo legal", afirmou.>
Bolsonaro é alvo de investigação que apura a montagem de uma trama golpista em 2022 para mantê-lo no poder mesmo após a eleição do presidente Lula (PT).>
Os advogados do ex-presidente afirmaram ao STF que ele optou por "não prestar depoimentos ou fornecer declarações adicionais" até que tenha acesso integral às mídias apreendidas nas apurações da PF. Também solicitou acesso à delação de Mauro Cid, que foi seu ajudante de ordens.>
A defesa do ex-presidente disse que não abre mão, "por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e oportuno".>
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, também rejeitou, terça-feira, 192 pedidos que pediam a suspeição ou impedimento do ministro Moraes da relatoria das ações penais que apuram crimes relacionados aos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023.>
Os pedidos foram feitos pelos réus acusados pelos ataques e também pelo ex-presidente Bolsonaro, que queria o afastamento do ministro da relatoria da Operação Tempus Veritatis, deflagrada há duas semanas.>
As partes sustentaram que há incidência da causa, prevista no Código de Processo Penal, tendo em vista que Moraes afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que é vítima nos processos do 8 de janeiro.>
Barroso disse que não foi demonstrada "minimamente, de forma clara, objetiva e específica, o interesse direto no feito por parte do ministro alegadamente impedido".>
"Para essa finalidade, não são suficientes as alegações genéricas e subjetivas, destituídas de embasamento jurídico", disse.>
"Além disso, os fatos narrados na petição inicial não caracterizam, minimamente, as situações legais que impossibilitam o exercício da jurisdição pela autoridade arguida", alegou.>
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