Publicado em 3 de junho de 2020 às 14:48
Depois de uma batalha judicial que terminou com a apresentação de resultados negativos de exames, o presidente Jair Bolsonaro disse agora que "talvez" já tenha pegado "20 vezes" o novo coronavírus, mas que "talvez" tenha sido assintomático.>
Em entrevista na porta do Palácio da Alvorada na noite de terça-feira (02), Bolsonaro disse que, ao se referir à Covid-19 como uma gripezinha, no início da pandemia, fazia menção a seu caso específico.>
"A garotada, quando pega, nem sente. Desceram o cacete em mim porque eu falei que o meu caso, o meu, meu, particular, é gripezinha. Desceram o cacete em mim", disse o presidente, segundo vídeo publicado por apoiador.>
"Agora, eu, apesar de estar no grupo de risco, eu sou o comandante da nação, tenho que estar no meio do povo. E ando no meio do povo. Eu já peguei 20 vezes este vírus, talvez, ou o vírus não quer papo comigo. É uma realidade. Vai pegar, vai contaminar muita gente. Parece que o time do Vasco tem um montão de cara com vírus lá. Vai pegar, e a grande maioria nem vai saber que pegou. Talvez o meu caso. Assintomático.">
>
"A gente lamenta os mortos. O pessoal sempre acha que eu estou ignorando. Lamento os mortos. Qualquer morto. Quem não perdeu familiar aí na vida? Mas, se tivesse dado atenção à questão do emprego, estaria diferente hoje em dia", disse Bolsonaro.>
Para embasar sua argumentação, disse não ter conhecimento de alguém que tenha morrido por falta de UTI ou de respirador.>
"Então, o vírus é uma coisa que vai pegar em todo mundo. Não precisava ter, grande parte da imprensa, criado este estado de pânico junto à população", afirmou.>
O presidente, que apareceu sem máscara na noite de terça, na manhã desta quarta disse que voltará a visitar municípios próximos a Brasília no fim de semana para ver como está a vida de pessoas. O deslocamento será de helicóptero, como ocorreu no sábado passado (30), quando foi a Abadiânia (GO).>
Na sexta-feira (5), ele vai a Águas Lindas (GO) para inaugurar um hospital de campanha para vítimas da Covid-19, que deveria ter ficado pronto até o início de maio. Em 11 de abril, quando Bolsonaro visitou o local, onde havia apenas a carcaça da unidade, a previsão era que o governo federal investisse R$ 10 milhões.>
O hospital terá 200 leitos adaptáveis para unidades de tratamento semi-intensivas, com tubulação e suporte para respiradores. A operação ficará a cargo do governo de Goiás, que contratará uma OS (organização social) para gerir a unidade.>
A escolha do local foi feita, de acordo com o governo federal, após pedido de apoio do governo de Goiás à União devido à necessidade de atenção especial à doença.>
Águas Lindas de Goiás tem um hospital regional que começou a ser construído em 2004, mas foi apenas parcialmente inaugurado. As obras começaram naquela época, tocadas pela prefeitura. Em 2013, o governo estadual assumiu o serviço.>
Nesta quarta-feira, o Diário Oficial trouxe a nomeação do general Eduardo Pazuello como ministro interino da Saúde, 19 dias após Nelson Teich deixar o cargo. Pazuello chegou ao ministério como secretário-executivo com a missão de tutelar Teich durante a pandemia. Com a saída do ministro, o general passou a atuar como titular da pasta, o que só foi oficializado agora.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta