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Amoêdo é suspenso pelo Novo após declarar voto em Lula no 2° turno

Amoêdo é suspenso pelo Novo após declarar voto em Lula no 2º turno

Empresário é um dos fundadores do partido e concorreu à Presidência em 2018

Publicado em 27 de outubro de 2022 às 18:38

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  • Daniela Arcanjo

SÃO PAULO - O Novo suspendeu a filiação de João Amôedo, um dos fundadores da legenda, após o empresário declarar voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições.

Segundo nota divulgada pelo partido nesta quinta-feira (27), Amôedo ficará suspenso até o fim do processo disciplinar na comissão de ética do Novo. A sigla afirma que respeitará as regras estatutárias e o direito de defesa.

João Amoêdo
João Amoêdo diz que vai apresentar sua defesa à Comissão de Ética do Novo. (Reprodução de Twitter)

Pelo Twitter, o empresário disse ter recebido a notícia com surpresa e indignação. Segundo ele, 3 dos 4 membros que votaram por sua suspensão entraram na comissão nas duas últimas semanas, e o movimento tem como objetivo constranger outros filiados a não declararem seus votos.

"Todos os mandatários que assinaram o pedido de suspensão e a expulsão declararam voto em Bolsonaro no segundo turno, e um deles é coordenador estadual de campanha do presidente", afirmou. "Apresentarei a minha defesa no Comitê de Ética do partido e tomarei as medidas jurídicas adequadas para garantir o meu direito, e de todos os filiados, de se manifestarem de acordo com a legislação brasileira e as regras internas do Novo."

O diretório nacional da sigla diz que tomou conhecimento da suspensão nesta quinta (27) e que a comissão analisa denúncias feitas por filiados, independentemente da direção partidária.

No último dia 15, Amoêdo afirmou ao jornal Folha de S.Paulo, que votará em Lula, embora mantenha críticas ao candidato e ao PT.

"No dia 30, farei algo que nunca imaginei. Contra a reeleição de Jair Bolsonaro, pela primeira vez na vida, digitarei o 13. Apertar o botão 'Confirma' será uma tarefa dificílima. Mas vou me lembrar do presidente que debochava das vítimas na pandemia, enquanto milhares de famílias choravam a perda de seus entes queridos", disse.

Em 2018, o empresário disputou a Presidência pela primeira vez e obteve 2,5% dos votos válidos no primeiro turno, terminando em quinto lugar. No segundo turno, declarou voto em Bolsonaro.

Em 2020, Amoêdo deixou a presidência do Novo, cargo que exercia desde que a legenda obteve o registro partidário, em 2015.

Após a declaração de voto em Lula, o partido afirmou em nota que a decisão constrangia a instituição e era "lamentável e incoerente". Filiados fizeram um manifesto para pedir a desfiliação de Amoêdo.

Embora não tenha apoiado oficialmente nenhum dos dois candidatos no 2º turno, o partido não se manifestou sobre apoios a Bolsonaro vindos de outros políticos da sigla, como o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, principal aposta do presidente no estado.

O presidenciável do Novo nas eleições deste ano, Felipe D'Avila, afirmou que a reação contra o Amôedo também foi motivada pela falta de apoio do empresário a candidatos do Novo durante o pleito.

"Antes das eleições ele até incentivou pessoas a saírem do Novo e irem para outros partidos. Aí, a única manifestação pública que ele faz no processo eleitoral é endossar o Lula", disse.

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