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É fundador do ECO55, uma startup do clima dedicada a viabilizar a transição das empresas para a economia limpa

As mulheres e a mudança do clima: elas são as mais afetadas

É crucial o papel da mulher na agenda do clima no Brasil. Lugar da mulher daqui por diante é liderando a jornada para a economia limpa

  • Guilherme Barbosa É fundador do ECO55, uma startup do clima dedicada a viabilizar a transição das empresas para a economia limpa
Publicado em 10/03/2023 às 15h33

Mulheres, trago um alerta: a crise climática não é neutra em termos de gênero.

As meninas já são e serão as mais afetadas com os impactos relacionados à mudança do clima.

É o que  diz a ONU Mulheres, uma entidade das Nações Unidas dedicada ao empoderamento feminino, em um estudo de como a desigualdade de gênero e as mudanças climáticas estão infelizmente interconectadas.

Os fenômenos climáticos extremos e a própria transição para a economia de baixo carbono demandarão a adaptação e resiliência de todos nós.

Mas os números mostram que a vulnerabilidade e a capacidade de adaptação de cada um estão diretamente influenciadas não somente pelo status social e pelo endereço, mas também pelo seu gênero.

Na agenda do clima, muitos cenários não são bons para as mulheres.

No Brasil, um dos principais desafios na resposta às alterações climáticas é o número crescente de acontecimentos por conta de água: ou temos água de menos, ou temos água demais.

Nas cidades, nosso nada planejado desenvolvimento urbano coloca os pobres em maior risco.

E nessas horas, estatisticamente, as mulheres estão mais propensas a perder suas vidas.

Na agricultura, temos um setor de emprego importante para mulheres e a oscilação dos ciclos de chuva e seca expõe safras e as trabalhadoras do campo.

Plantação de abacaxi seca, com conta da estiagem
Plantação de abacaxi seca, com conta da estiagem (2022). Crédito: Prefeitura de Marataízes

Na indústria, a transição da economia para baixo carbono vai impor mudanças rápidas nos negócios e aqui as mulheres são particularmente mais vulneráveis que os homens, devido à participação desigual na tomada de decisões, nos rendimentos e no acesso à informação.

À medida que os impactos das mudanças climáticas ficarem cada vez mais agudos, as desigualdades existentes nas relações de poder, nos papéis e responsabilidades tendem a aumentar, desfavorecendo, segundo o estudo da ONU, principalmente as mulheres em idade adulta.

Mas é aí que o risco precisa virar oportunidade.

É crucial o papel da mulher na agenda do clima no Brasil.

Demoramos quase três décadas em ciência climática para conquistarmos a base científica do problema.

Estamos gradualmente aceitando a nossa responsabilidade, criando inovação tecnológica e mecanismos de mercado.

A partir de agora, precisamos compreender o que essa jornada representa para a vida das pessoas, das nossas instituições e para o nosso futuro.

Precisaremos questionar e criar soluções para que os indivíduos, empresas e sociedade tomem decisões e ações de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas.

As vozes e o conhecimento das mulheres sobre o ambiente e os desafios que elas enfrentam precisarão ser parte central da resposta adaptativa a uma mudança rápida do clima.

Portanto, é o que bem diz a ONU Mulheres: a adaptação sustentável deve se concentrar em gênero e a participação das mulheres é fundamental para que tenhamos uma transição bem sucedida.

Lugar da mulher daqui por diante é liderando a jornada para a economia limpa.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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