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Serotonina pode ser útil para quadros de ansiedade, sugere pesquisa

Serotonina pode ser útil para quadros de ansiedade, sugere pesquisa

Níveis altos de serotonina podem diminuir crises de ansiedade, defende estudo publicado na última segunda-feira (10).

Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 14:53

Ansiedade é uma emoção natural, mas há risco de limites forem ultrapassados
Níveis altos de serotonina podem diminuir crises de ansiedade Crédito: Pixabay

Níveis altos de serotonina podem diminuir crises de ansiedade, defende estudo publicado na última segunda-feira (10). A descoberta é preliminar, mas promissora, já que o estudo dos benefícios da serotonina para quadros de ansiedade não é um tema muito investigado por cientistas.

A serotonina, popularmente chamada de hormônio da felicidade, é um neurotransmissor que atua em diferentes áreas do corpo humano. Humor e sexualidade são dois exemplos. Esse neurotransmissor é frequentemente associado com o tratamento da depressão. Em casos assim, medicamentos chamados de inibidores de recaptação da serotonina aumentam os níveis dessa substância no organismo do paciente.

No entanto, a adoção do neurotransmissor para outros transtornos mentais não é devidamente investigada. Publicada no periódico científico The Journal of Neuroscience (O Jornal da Neurociência, em livre tradução), a nova pesquisa buscou entender os efeitos da serotonina para quadros de depressão.

No estudo, George Augustine, pesquisador sênior do Laboratório de Ciências Biológicas Temasek, em Cingapura, e Pei Wern Chin, pós-doutoranda da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, partiram do cerebelo para buscar evidência sobre o tema. Normalmente, o cerebelo, uma parte do cérebro humano, é reconhecido principalmente por suas funções motoras, mas pesquisas recentes constataram a relação dele com quadros de ansiedade.

Por isso, os pesquisadores buscaram identificar, a partir do cerebelo, se a serotonina afeta quadros de ansiedade em camundongos. A primeira etapa do estudo consistiu em medir os níveis do neurotransmissor no cerebelo nos animais. Então, esses valores foram comparados com o comportamento ansioso dos camundongos.

Como conclusão inicial, os pesquisadores observaram uma relação inversa entre os fatores: quanto mais alto o nível de serotonina no cerebelo, menor a ansiedade nos animais, e vice-versa.

A partir dessa primeira constatação, os pesquisadores realizaram um segundo experimento. Eles estimularam a produção de serotonina no cerebelo a fim de observar o que acontecia com o quadro de ansiedade dos camundongos. O resultado seguiu o mesmo padrão da conclusão inicial da pesquisa: aqueles animais que tiveram seu nível de serotonina estimulado, apresentaram um controle na ansiedade.

Por enquanto, pesquisas desse tipo precisam ser restritas a animais. "Infelizmente, as tecnologias necessárias para testar rigorosamente essa hipótese ainda não podem ser aplicadas a humanos", afirma Augustine, um dos co-autores do artigo.

Uma dessas dificuldades tem relação com a tecnologia de estimulação dos receptores de serotonina adotada pela pesquisa no cerebelo dos camundongos. Cientistas encontram problemas para utilizar essa estimulação em primatas, como macacos. Em humanos, superar esse gargalo é ainda mais difícil.

Mas isso não é um indicativo de que a conclusão da pesquisa é completamente descartável para o organismo humano. "Dados os muitos paralelos entre a função do cerebelo em roedores e humanos, eu não ficaria surpreso se o que descobrimos em camundongos eventualmente se revelasse verdade em humanos", continua Augustine.

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