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Ligamento rompido: entenda lesão que fez Pedro Sampaio operar joelho

Ligamento rompido: entenda lesão que fez Pedro Sampaio operar joelho

A recuperação geralmente leva de 7 a 9 meses para retomar atividades cotidianas com segurança

Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 14:36

Pedro Sampaio
Pedro Sampaio rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho Crédito: Reprodução @pedrosampaio

O DJ Pedro Sampaio rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho em um show no Rio de Janeiro no mês passado, mas relatou hoje que já passou por cirurgia. A lesão, que é comum em atletas, foi a mesma que afastou o jogador de futebol Neymar dos gramados por mais de um ano.

"Apesar desse tipo de lesão ser mais comum em atletas devido a movimentos bruscos de rotação ou desaceleração do joelho, cantores e DJs que realizam movimentos bruscos, repetitivos, pulos ou giros no palco que possam transmitir uma energia excessiva à articulação do joelho, também podem estar sujeitos a essa lesão, especialmente se houver torção do joelho com o pé fixo no chão. Apesar de menos frequente, o risco existe sim", explica o ortopedista Fernando Jorge.

O LCA é responsável por estabilizar a articulação do joelho, principalmente em momentos de aceleração e desaceleração ou em movimentos de giro. "O mecanismo do trauma geralmente envolve a movimentação do joelho para dentro ao mesmo tempo em que a tíbia é rotacionada para fora e o pé está preso ao chão”, explica o ortopedista Marcos Cortelazo. No dia da lesão, Pedro Sampaio precisou de ajuda dos dançarinos para sair do palco.

A recuperação varia, mas geralmente leva de 7 a 9 meses para retomar atividades cotidianas com segurança. "Caminhar sem muletas é possível em 2 a 4 semanas, dependendo da evolução individual e da reabilitação. No entanto, atividades que exigem maior estabilidade do joelho devem ser evitadas até a completa recuperação e reabilitação", completa Fernando.

Tranquilizou os fãs

Em sua conta no Instagram, o DJ tranquilizou os fãs dizendo que a cirurgia foi um sucesso. “Geralmente, o tratamento cirúrgico só não é indicado para pacientes idosos, sem lesões associadas, que não realizam atividade física e com a estabilidade do joelho preservada. Caso contrário, a cirurgia é recomendada para reconstruir o ligamento rompido, já que possui baixa capacidade de cicatrização por si só”, diz Marcos Cortelazo, que explica que a cirurgia é pouco invasiva, por ser realizada por videoartroscopia, e utiliza enxertos de tecidos, como tendões, retirados do próprio paciente para reconstrução do LCA.

“Mas tão importante quanto a cirurgia é o processo de reabilitação pós-operatória, que, se realizada de maneira inadequada, pode comprometer o sucesso do tratamento. Esse processo envolve, principalmente, sessões de fisioterapia, com foco, inicialmente, na recuperação dos movimentos e, depois, no fortalecimento do ligamento”, explica Marcos Cortelazo.

De acordo com o médico, embora a lesão seja comum em atletas, pode atingir também não praticantes de atividades físicas, por exemplo, devido a quedas. “Obesidade, fraqueza muscular, sobrecarga de treinos, idade avançada, hipermobilidade articular, joelho valgo (para dentro) e lesões prévias do LCA são alguns dos fatores que podem favorecer a ocorrência desse tipo de trauma”, diz Marcos Cortelazo.

A lesão do ligamento cruzado anterior é geralmente acompanhada de um estalo seguido por uma dor súbita no joelho. “Após o momento do trauma, o paciente pode notar inchaço e sentir redução da mobilidade e instabilidade da região, com a sensação de joelho frouxo e falhando”, afirma o médico, que também alerta que a intensidade dos sintomas pode variar de acordo com a gravidade da lesão, com algumas pessoas conseguindo realizar atividades normalmente, enquanto outras sentem dores mesmo com o menor dos movimentos. “Na dúvida, o mais importante é sempre buscar auxílio médico ao suspeitar de uma possível lesão do LCA, tanto para confirmar o diagnóstico quanto para verificar a ocorrência de outras lesões comumente associadas, como lesões do menisco e das cartilagens”, diz o ortopedista Marcos Cortelazo.

Com os avanços nas técnicas de cirurgia e reabilitação, grande parte dos pacientes consegue retornar à prática esportiva ou atividades diárias no mesmo nível de intensidade e performance, o que não acontecia antes, quando muitas carreiras eram encerradas por esse tipo de lesão. “Para isso, é fundamental que o tratamento seja adequado e o retorno seja gradual, de acordo com a velocidade de reabilitação do paciente e sempre com liberação do médico. É importante que esse processo não seja apressado, pois retornar precocemente a alguma atividade esportiva ou que possa colocar o joelho em risco pode aumentar significativamente o risco de novas lesões no joelho”, comenta Marcos Cortelazo. 

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