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Verão com proteção: tire suas dúvidas sobre como usar filtro solar

Verão com proteção: tire suas dúvidas sobre como usar filtro solar

Você sabe a quantidade certa de protetor que deve passar no rosto e no corpo? Será que um filtro com fator 30 é suficiente? Qual o produto certo para pele oleosa? E para ele seca? Confira este guia

Publicado em 10 de janeiro de 2020 às 18:30

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Data: 06/01/2020 - ES - Vitória - Layla Brígido e Mila Vieira: proteção contra os perigos do sol. (Ricardo Medeiros)

“Filtro solar... Nunca deixe de usar filtro solar!”, já dizia Pedro Bial. Lá se foram quase duas décadas desde que o vídeo viralizou e muita gente simplesmente ainda não aprendeu essa lição básica. Claro que as fake news atrapalham bastante, fazendo com que alguns desavisados continuem ignorando os riscos da exposição solar.

Com o verão apenas começando, vale reforçar o conselho. Afinal, torrar no sol é coisa do passado! E se você ainda não acordou para isso, preste atenção nesta reportagem. Com ajuda de dermatologistas, preparamos um guia para esclarecer as principais dúvidas sobre proteção solar.

Você sabe a quantidade certa de protetor que deve passar no rosto e no corpo? Será que um filtro com fator 30 é suficiente? Qual o produto certo para pele oleosa? E para ele seca?

É bom lembrar que o filtro solar deve ser usado o ano inteiro. Mas na estação mais quente do ano, o cuidado deve ser redobrado. Seguindo regras simples, você vai poder curtir sua praia e sua piscininha, amor!

A designer de moda e estudante de Publicidade Mila Vieira, 24 anos, costuma pegar mais sol no verão. “Vou à praia normalmente umas duas vezes por semana nesta época”, conta. Ela garante que se protege, mas nem sempre adianta muito. “O sol dá uma enganada, né? Outro dia, fomos à praia e estava sem sol. Mesmo passando protetor com fator 70, acabei ficando rosada. Quem é muito clarinha acaba sofrendo isso mesmo! Fica vermelhinha!”.

Potência

Segundo a dermatologista Irene Baldi, os filtros solares, de uma maneira geral, têm uma barreira física e uma barreira química. Quanto mais clara for a pele, maior tem que ser a potência desse protetor solar nessas duas barreiras.

“Eu recomendo para peles claras o fator 50 como menor índice de proteção solar. E tem que reaplicar com mais frequência: de duas em duas horas. Com as peles mais morenas, a gente pode ficar um pouco mais tranquilo. Por terem mais melanina, elas têm mais proteção, então o filtro fator 30 está bem recomendado”, explica a médica.

A dermatologista Krishna Sandoval lembra que a recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é o uso de protetores solares com FPS de no mínimo 30. Mas usar acima de 30 nem sempre é suficiente, segundo ela, já que outros fatores, além da aplicação periódica do filtro a cada 2 horas, vão influenciar na sua eficácia e, na maioria das vezes, não são praticados.

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Eu recomendo para peles claras o fator 50 como menor índice de proteção solar. E tem que reaplicar com mais frequência: de duas em duas horas.

Irene Baldi
Dermatologista
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“Por exemplo, quantidade correta de aplicação, que seria de duas camadas generosas de forma consecutiva para alcançar uma quantidade ideal - de uma colher de chá de filtro por centímetro quadrado - raramente é feita. Além disso, outros fatores como o contato com a água e o suor fazem com que o filtro vá perdendo o seu fator de proteção inicial. Dessa forma é recomendado o uso de outras medidas de fotoproteção como roupas de proteção ultravioleta (UV), óculos de sol, chapéu ou viseira de aba larga e a proteção em barracas”, observa.

Fator de proteção

“Duas pessoas com a mesma cor de pele podem ter fototipos diferentes. Aquela que nunca se bronzeia quando toma sol, apenas fica vermelha, tem o fototipo 1. Aquela que tem a pele negra e nunca se queima tem o fototipo 6. E entre esses extremos temos os intermediários. O fator de proteção depende principalmente disso”, explica o dermatologista e professor da UVV Fábio Colli.

O dermatologista também pode ajudar você a descobrir qual a melhor proteção para você de acordo com seu fototipo. Você sabe o que é fototipo? Foi o médico Thomas B. Fitzpatrick que desenvolveu, em 1975, a escala de classificação numérica para cor da pele humana, conhecida como Escala de Fitzpatrick. Existem 6 fototipos cutâneos diferentes, que variam de acordo com a quantidade de melanina (substância que dá cor à pele), a capacidade de bronzeamento de cada pessoa e a capacidade da pele de queimar (ficar avermelhada) quando exposta ao sol, até mesmo outras características, como a cor dos olhos e do cabelo.

As opções de protetores solares são muitas: existem os clareadores e com vitamina C, por isso vale a pena consultar um dermatologista. “Temos que avaliar se é um filtro para o dia a dia, se é um filtro para uma paciente que tem manchas ou melasma, se o paciente tem acne. Há filtros específicos para rosto, corpo e até com ação hidratante”, pontua Ana Flávia.

“Quem tem melasma, deve evitar a exposição direta ao sol e usar filtro solar com base, que reforça a proteção. Também pode investir nas versões em cápsulas e em barreiras físicas, usando boné, óculos escuros e se protegendo em barracas”, aconselha a especialista.

O protetor deve ser personalizado para atender às necessidades de cada tipo de pele. A dermatologista Ana Flávia Moll explica que quem tem pele seca deve optar pelo protetor em creme, que hidrata. Já quem tem pele oleosa deve usar filtro em gel-creme ou loção livre de óleo. Para quem pratica esporte ou fica muito tempo na água já existem filtros que são bem resistentes ao suor e a água, protegendo bem por até duas horas.

Para quem não sabe, destaca Krishna, o fator de proteção solar (FPS) é a principal medida da eficácia de um protetor solar e a referência na hora de se escolher um filtro. Ele quantifica o quanto o produto é capaz de ampliar a proteção contra a queimadura solar. “Exemplificando, um protetor de FPS 30 permite que a pessoa se exponha ao sol sem ser atingida por queimadura de forma 30 vezes mais eficaz do que sem o uso do produto”, cita.

Acessórios

Todo mundo deve se proteger. O sol não é brincadeira não! Tire suas dúvidas, pegue seu kit e curta o verão sem prejudicar sua pele.

A modelo e influenciadora digital Layla Brígido, 25 anos, não tira o protetor do nécessaire. “Tento me proteger o máximo possível. Uso protetor com FPS alto, um produto para o corpo e outro para o rosto”, conta a jovem, que passou a se cuidar ainda mais depois de tratar um linfoma. “Tive um linfoma no pescoço e no mediastino. Isso foi em 2010. Daí passei pela quimioterapia e radioterapia, que deixaram minha pele ainda mais sensível”, revela.

A proteção solar conta com ajuda de outros itens e eles devem ser usados, como frisa a dermatologista Karina Mazzini. Mas não se engane: usar um chapéu de abas largas não significa poder abrir mão do creme. “Só recorrer ao uso de chapéu não é suficiente. O recomendado é que se use os dois: chapéu e filtro solar. Lembrando que há, ainda, o filtro solar via oral. O que se deve ter em mente é que quanto mais proteção, melhor”. Mesmo quem vai usar aquelas camisas com proteção UV devem passar o filtro por baixo, segundo a médica. “Mesmo usando as camisetas não se deve dispensar o uso de filtro solar. É sempre uma proteção a mais”.

Confira um tira-dúvidas com as dermatologistas sobre proteção solar

Irene Baldi

A dermatologista Irene Baldi. (Divulgação)
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    Até mesmo quando o tempo está nublado, independentemente de estarmos na praia ou na cidade, o uso do protetor solar é essencial. É ele quem protege a pele contra os raios UVB e UVA, principais causadores de queimaduras, manchas, envelhecimento precoce e câncer de pele. Então, mesmo quando o sol está escondido, a pele continua exposta aos raios UVA, já que eles possuem a capacidade de ultrapassar as nuvens.

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    A maquiagem não substitui o protetor solar. Nós temos boas maquiagens no mercado com fator de proteção solar em torno de 15, ou seja, isso não filtrar a radiação solar da forma que deveria. De qualquer forma, elas ajudam porque já é alguma coisa que está sendo colocada na pele para proteção. Por terem pigmento, essa substância também ajuda a filtrar. Mas em momento nenhum o filtro deve ser substituído por maquiagem. Ela entra como um coadjuvante.

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    As peles negras, mesmo tendo proteção, porque a melanina é um pigmento que já protege a pele, precisam de protetor solar sim. A média que eu recomendo para a pele negra é FPS 30, que é suficiente

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    Sempre que o paciente apresenta uma característica de pele oleosa ou seca, qualquer tipo de produto, não somente os protetores solares, deve ser escolhido de acordo com o formato que ele é fabricado. Para paciente de pele muito oleosa, recomendamos filtros solares em gel ou em aerossol, enquanto para a pele seca, o ideal é creme e loção cremosa. Para crianças, o ideal é utilizar filtros solares que têm boa aderência, ou seja, os que fixam por mais tempo.

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Krishna Sandoval

Krishna Sandoval, dermatologista. (Reprodução)
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    Sim! As cápsulas de protetor solar são manipuladas conforme as necessidades de cada paciente e podem ser usadas associadas ao protetor solar tópico. A fotoproteção oral funciona apenas em uma ação conjunta. Precisamos também do filtro solar de uso tópico além de formas de proteção físicas, como chapéus, óculos e camisetas, para combater a radiação ultravioleta.

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    Os cânceres de pele costumam surgir nas áreas que sofrem maior exposição à radiação solar. Na região da cabeça e do pescoço representam 75% dos tumores de pele malignos e destes, 80% são do tipo Carcinoma Basocelular, em que à radiação ultravioleta (UV) é o principal fator de risco. Em relação à incidência de câncer de pele na orelha, as estatísticas giram em torno de 6% dos casos. Embora com baixa incidência os tumores, nessa região são mais agressivos e tem pior prognóstico quando comparados aos localizados no tronco e extremidades. Nessa região eles têm maior chance de recidiva e de metástase e geralmente o diagnóstico é mais tardio por serem de difícil visualização e detecção pelo paciente. Já em relação aos pés, a incidência de câncer de pele é menor.

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    O fator de proteção solar (FPS) é a principal medida da eficácia de um protetor solar e a referência na hora de se escolher um filtro. Ele quantifica o quanto o produto é capaz de ampliar a proteção contra a queimadura solar. Assim, um protetor de FPS 30 permite que a pessoa se exponha ao sol sem ser atingida por queimadura de forma 30 vezes mais eficaz do que sem o uso do produto. A recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é o uso de protetores solares com FPS de no mínimo 30. Usar acima de 30 quase sempre não é suficiente já que outros fatores além da aplicação periódica do filtro a cada duas horas vão influenciar na sua eficácia e, na maioria das vezes, não são praticados. Por exemplo, a quantidade correta de aplicação raramente é feita. Além disso, o contato com a água e o suor fazem com que o filtro vá perdendo o seu fator de proteção inicial. Dessa forma, é recomendado o uso de outras medidas de fotoproteção como roupas de proteção ultravioleta (UV), óculos de sol, chapéu ou viseira de aba larga e a proteção em barracas.

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Karina Mazzini

Karina Mazzini, dermatologista. (Divulgação)
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    Sim, tem validade porque é feita de um tecido que absorve os raios UV. A validade depende da marca. Existem umas que resistem a muitas lavagens, enquanto outras, não.

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    Mesmo usando as camisetas não se deve dispensar o uso de filtro solar. É sempre uma proteção a mais.

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    Um filtro solar com tom oferece uma proteção a mais contra o melasma. Quem não tem melasma pode usar filtro branco, definido de acordo com o fototipo da pele. Mas nada impede que a pessoa use um filtro com tom, se assim preferir.

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    Filtro em pó exige que seja passado na pele em grande quantidade para realmente cumprir a função de proteger.

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    A pessoa pode usar, sim, um filtro mais alto no rosto e outro com FPS mais baixo no corpo. Importante levar sempre em consideração o protótipo. Os mais baixos devem recorrer ao FPS acima de 50.

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    Só recorrer ao uso de chapéu não é suficiente. O recomendado é que se use os dois: chapéu e filtro solar. Lembrando que há, ainda, o filtro solar via oral. O que se deve ter em mente é que quanto mais proteção, melhor.

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Ana Flávia Moll

Ana Flávia Moll, dermatologista . (Divulgação)

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    Quem tem melasma deve evitar a exposição direta ao sol e usar filtro solar com base, que reforça a proteção. Também pode investir nas versões em cápsulas e em barreiras físicas, usando boné, óculos escuros e se protegendo em barracas. As opções de protetores solares são muitas: existem os clareadores e com vitamina C, por isso vale a pena consultar um dermatologista. Temos que avaliar se é um filtro para o dia a dia, se é um filtro para uma paciente que tem manchas ou melasma, se o paciente tem acne. Tem filtros específicos para rosto, corpo e até com ação hidratante.

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    De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a quantidade de protetor solar indicada para cada parte do corpo é: uma colher de chá de protetor solar no rosto, no pescoço e na cabeça. No corpo: uma colher de chá de protetor para a parte da frente do tronco e outra para a parte de trás e uma colher de chá para cada braço.

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    Quem abusou do sol e ficou com pele vermelha, ardida e sensível pode usar água termal, que ajuda bastante, além de loções pós-sol. Para aliviar a dor, tome banhos mais frios e coloque compressas de água fria. Para hidratar, use cremes e beba bastante água sempre. A prevenção é o mais importante.

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