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Coito interrompido: ejacular fora é seguro para evitar gravidez?

Coito interrompido: ejacular fora é seguro para evitar gravidez?

Enquete aponta que 1 em cada 4 mulheres engravidou com esse método. Veja o que dizem ginecologistas e se vale a pena continuar usando-o

Publicado em 13 de março de 2020 às 13:32

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Casal debaixo dos lençois: coito interrompido não é um método contraceptivo seguro . (Freepik)

Conhecido entre os casais como "tirar na hora", o coito interrompido é bastante praticado entre os casais que querem evitar uma gravidez. Muitos ignoram o fato, porém, de que ele é um método pouco confiável, de baixa eficácia. Ou seja, pode dar errado e resultar numa gravidez indesejada sim. 

Um levantamento do portal "Tocando Fraldas" apontou que 1 em cada 4 mulheres já chegou a engravidar após um ciclo em que praticou o coito interrompido. A mesma pesquisa mostrou que duas em cada três entrevistadas já praticaram essa técnica como método contraceptivo.

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    O coito interrompido consiste em retirar o pênis da vagina antes do momento do clímax, quer dizer, antes da ejaculação, evitando, assim que os espermatozoides possam chegar ao óvulo, fecundando-o. Não é bem assim.

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De acordo com a ginecologista Thaíssa Tinoco de Oliveira, vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Espírito Santo (Sogoes), que nem todos os casais sabem é que o homem libera um líquido pré-ejaculatório (pré-gozo) que pode conter espermatozoides. 

A ginecologista Lorena Baldotto explica que isso acontece, principalmente, quando a mulher está no período fértil. "É quando a vagina fica mais receptível a receber os espermatozoides. Qualquer pouquinho, é lucro", diz.

Além disso, nem todo homem consegue ter percepção e tamanho autocontrole a ponto de retirar o pênis a tempo e gozar fora da vagina. 

Sem graça

Para Thaíssa, como se não bastasse isso tudo, o coito interrompido acaba estragando toda a brincadeira. "O coito interrompido geralmente é desaconselhável pelos médicos porque, além de sua baixa efetividade, não previne doenças sexualmente transmissíveis. Outra desvantagem, é que interrompe o sexo na hora do clímax", comenta ela.

Thaíssa acredita que ele seja uma opção hoje em dia principalmente porque muitas mulheres não querem usar métodos hormonais. "Elas querem se livrar dos efeitos colaterais dos anticoncepcionais que possuem hormônio, como inchaço, diminuição da libido, cansaço, etc. Essa decisão também tem ligação com um movimento que está crescente nos dias de hoje, que é a medicina funcional", avalia.

Faz mal?

Há quem acredite que o coito interrompido gere algum distúrbio no homem. Mas isso não passa de fake news. "Não há nenhum malefício para homem ou para sua saúde, só o fato de interromper o sexo bem no clímax", afirma a ginecologista.

Thaíssa lembra, portanto, que o coito interrompido não deve ser utilizado como método contraceptivo. "Deve ser utilizado em pessoas que não tem nenhum acesso a outros métodos".

Segundo Lorena, mulheres que conhecem bem o próprio corpo e seu ciclo menstrual conseguem ter uma ideia de quando estão no período fértil, "Tem sim como o coito interrompido não levar a uma gestação. Mas na maioria das vezes, o que eu falo é: não confia", alerta.

Thaíssa destaca que, para quem, mesmo ciente de sua baixa eficácia e risco de doença sexualmente transmissível, ainda deseja praticar o coito interrompido, vão algumas dicas que podem minimizar as chances de gravidez indesejada:

AS DICAS

- A mulher deve conhecer seu ciclo menstrual e o período ovulatório, desta forma, pode tentar aumentar a eficácia do método

- O homem deve ter pleno controle e perceber o momento certo de retirar o pênis. Porque muitas vezes ele retira o pênis no início da ejaculação, então, uma pequena porção de sêmen é depositada na vagina, aumentando o risco de gravidez

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- O homem deve urinar após cada ejaculação, eliminando resíduos de espermatozoides que permanecem na uretra. Se isso não for feito, antes de ocorrer a ejaculação o homem pode eliminar um líquido contendo espermatozoides, desta forma, pode ocorrer gestação

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