> >
Adolescentes lideram buscas por cirurgias plásticas

Adolescentes lideram buscas por cirurgias plásticas

Pesquisa evidencia aumento de 141% por parte deste público e as redes sociais tem um papel nesses números. Conheça os riscos de começar tão cedo e saiba quais devem ser os cuidados ao optar por passar por estes procedimentos nessa faixa etária

Publicado em 26 de julho de 2020 às 09:01

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Menina jovem em procedimento estético
Cirurgias no nariz e na orelha são as mais procuradas. (Freepik)

A adolescência é uma fase marcada por muitas mudanças, no corpo, na mente, nas influências. Durante esse período diversas alterações acontecem, do ponto de vista psicológico, físico e social. O crescimento ganha um novo ritmo, acelerado, e o corpo perde gradativamente as características infantis, adquirindo formas e dimensões mais maduras.

Quem é adolescente nessa época cheia de corpos e vidas “perfeitas” à mostra o tempo todo nas redes sociais sofre, especialmente, maior propensão à insatisfação com a própria estética. Isso é problemático, porém inevitável. Uma pesquisa da SBCP de 2019 constatou que jovens entre 13 e 18 anos estão procurando cada vez mais cirurgias plásticas. O Brasil lidera o ranking de cirurgias realizadas por este público. Nos últimos 10 anos, de acordo com a SBCP, houve um aumento de 141%.

No universo da cirurgia plástica, tudo parece possível, mas não é exatamente por aí. Mulheres e homens procuram os consultórios em busca de melhorias no corpo que às vezes não são alcançadas. “Geralmente dietas e atividades físicas não suprem o desejo da pessoa por uma aparência melhor ou acontece alguma imperfeição ocorrida por acidente ou outras causas que são motivo da busca pela cirurgia”, afirma o cirurgião plástico e Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Humberto Pinto.

Influência da tecnologia

De acordo com Humberto, todo cuidado é necessário. “Primeiro, porque existe uma idade mínima para a realização de qualquer cirurgia, que é ser maior de 18 anos, ou se for menor que essa faixa etária que esteja acompanhado dos pais. Mas mesmo assim, antes de tomar qualquer decisão é fundamental uma avaliação das expectativas e motivos para a procura pelo procedimento, levando em conta o amadurecimento da pessoa tanto na parte física quanto na parte psicológica”, afirma o cirurgião.

A atual geração de adolescentes já nasceu dentro do mundo tecnológico e o universo digital é vaidoso, nele “a imagem é tudo”. “Há uma preocupação com a foto, o vídeo postado, a aceitação na turma da escola e muitos filhos recorrem aos pais por uma alternativa por se sentir rejeitado, assim as maiores procuras são por rinoplastia (cirurgia no nariz); otoplastia (cirurgia na orelha); cirurgia nas mamas e lipoaspiração”, pontua o médico.

Os riscos de começar tão cedo

Jefferson Vaccar,  Cirurgião Plástico
O médico Jefferson Vaccari alerta para a importância de uma boa conversa antes de partir para o consultório. (Divulgação)

Segundo o Cirurgião Plástico Jefferson Vaccari, os adolescentes podem, sim, se submeter à cirurgia plástica, mas diversos aspectos devem ser previamente avaliados, principalmente no que se refere a maturidade física e emocional. “Uma das características dessa fase da vida é o imediatismo. Suas motivações devem ser avaliadas cuidadosamente, assim como devem ser discutidos todos os prós e os contras”, diz ele.

“Uma orelha de abano (otoplastia), por exemplo, pode ser operada a partir dos 7 anos, que é quando ela tem sua formação completa. Aqui são, normalmente, pacientes que sofrem na escola, têm trauma e se sente mal”, afirma Vaccari.

Mesmo no período da pandemia em que a convivência na escola não acontece mais fisicamente, muitos jovens ainda buscam o sonho da cirurgia plástica e estão apenas aguardando a situação se normalizar. “Para alguns o uso da máscara ainda aumentou o problema, temos casos de adolescentes que reclamam do elástico nas orelhas, e até do formato do rosto em destaque por conta do tecido”, afirma Humberto. Vale uma boa conversa em casa antes da visita ao consultório.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais