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A vitamina D e a pele negra: quanto mais escuro o tom de pele, mais tempo a pessoa precisa se expor ao sol

A vitamina D e a pele negra: quanto mais escuro o tom de pele, mais tempo a pessoa precisa se expor ao sol

Presença de maior quantidade de melanina faz com que pessoas com tons de pele mais escuros tenham dificuldade na reposição da vitamina

Publicado em 31 de outubro de 2020 às 06:02

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Negra tomando sol
A grande maioria dos especialistas recomendam uma exposição diária de aproximadamente 15 minutos para a reposição da vitamina. Mas para a pele negra isso não é tão simples assim. (Shutterstock)

Por causa do isolamento social recomendado durante a pandemia, muitas pessoas têm apresentado dificuldade de se expor ao sol. A principal fonte de produção da vitamina D se dá, justamente, por meio da exposição solar. Os raios ultravioletas do tipo B (UVB) são capazes de ativar a síntese dessa substância que tem entre suas principais funções: a absorção do cálcio e do fósforo pelo organismo, manter as funções cerebrais, fortificar os ossos, dentes e músculos, além de regular o sistema imunológico.

A vitamina D e a pele negra quanto mais escuro o tom de pele, mais tempo a pessoa precisa se expor ao sol

Na última terça feira, uma pesquisa científica feita por membros da Universidade de Cantábria e do Hospital Marqués de Valdecilla (em Santander, Espanha) e publicada no periódico Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism constatou que pesquisadores identificaram a deficiência de vitamina D entre 82,2% das pessoas hospitalizadas com COVID-19 em um hospital da Espanha, contra 47,2% no grupo usado para comparação, chamado de "controle".

Ao contrário das outras vitaminas, a vitamina D raramente obtida por meio da alimentação. Somente cerca de 10% desta vitamina é proveniente da dieta.

A falta dessa substância leva o organismo a consumir o cálcio dos ossos e com isso a pessoa pode apresentar problemas de osteoporose a longo prazo. Espasmos musculares e raquitismo também estão entre as complicações possíveis.

Katleen Conceição é  dermatologista especializada em pele negra
Katleen Conceição é dermatologista especializada em pele negra . (Divulgação)

A grande maioria dos especialistas recomendam uma exposição diária de aproximadamente 15 minutos para a reposição da vitamina. Mas para a pele negra isso não é tão simples assim. De acordo com a dermatologista especializada em pele negra, Katleen Conceição, as pessoas com o tom de pele mais escuro, tem uma síntese prejudicada de vitamina D. Isso ocorre por causa da presença de maior quantidade de melanina no corpo, já que o pigmento é capaz de dissipar 99,9% da radiação UV absorvida pela pele.

A pele negra necessita de, pelo menos, uma hora diária de exposição ao sol sem aplicar filtro solar antes. Para a síntese da vitamina D essa exposição solar precisa acontecer entre às 10 e 15 horas. Para quem prefere evitar expor a cabeça ou o rosto, a boa notícia é que deixar mãos e pernas à mostra, ou 15 % da superfície corporal, já é suficiente para que a vitamina D possa ser produzida.

“A recomendação é de 15 a 20 minutos diários para quem tem pele branca e até 1 hora para quem tem pele negra e cerca de 30 a 40 minutos para quem tem um tom de pele intermediário”, ressalta a especialista.

No entanto, as pessoas devem ficar alerta para o sol de meio dia. No verão, acima dos 30ºC, a exposição aos raios solares não é recomendada. O uso de filtro solar também é importante. Muitos acham que peles escuras não precisam de filtro, mas precisam.

Karina Mazzini, dermatologista
A dermatologista Karina Mazzini explica que é preciso deixar pelo menos 15% da superfície corporal exposta sem filtro solar, para que raios os raios UV sejam absorvidos durante o tempo de acordo com seu tom de pele. (Divulgação)

A médica dermatologista capixaba, Karina Mazzini, também fez algumas ponderações sobre o filtro solar, ressaltando que cada pessoa deve considerar a orientação de seu dermatologista. Mas a maneira correta indicada pela especialista é de que é preciso deixar pelo menos 15% da superfície corporal exposta sem filtro solar, para que raios os raios UV sejam absorvidos durante o tempo de acordo com seu tom de pele. Após o tempo de exposição, é preciso aplicar o protetor solar.

Embora o rosto seja mais oleoso, a pele do corpo de pessoas negras tende a ser mais ressecada. Então, é preciso se lembrar de hidratar! Cremes mais espessos, sabonetes com poder de hidratação, óleo de amêndoas e MUITA ÁGUA!

E A SUPLEMENTAÇÃO?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologistas, em doses muito elevadas, o uso de cápsulas de vitamina D podem causar intoxicação. A superdosagem pode causar elevação do nível de cálcio na corrente sanguínea, tontura, náusea, diarreia e formação de cálculos renais e biliares. Em nota, a associação também destacou que ainda não há estudo clínico que tenha comprovado qualquer benefício do uso de vitamina D para prevenção ou tratamento da Covid-19, ou indicação para prescrição de suplementação da substância visando benefícios além da saúde óssea.

O importante é fazer acompanhamento médico rotineiro para fazer a medição dos níveis de vitamina D e ajustes necessários.

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