Publicado em 2 de outubro de 2020 às 08:00
Desde março deste ano, com as medidas de distanciamento social, o país registrou um aumento de 50% na procuração por adoção de animais, segundo informações de ONGs e protetores dos animais. Com a ampliação do tempo em casa, as pessoas passaram a procurar por um companheiro de 4 patas e, em função disso, surge também a necessidade de adaptar a casa para oferecer segurança e conforto tanto para o pet, como também para o dono. >
Às vésperas do Dia Internacional dos Animais, celebrado em 4 de outubro, um time de arquitetos, que também são apaixonados por seus bichinhos de estimação, orientação sobre o que deve ser feito: Carina Dal Fabbro, à frente do escritório que leva seu nome, Karina Korn, do Karina Korn Arquitetura, Júlia Guadix, da Livn Arquitetura e Renan Altera, da Altera Arquitetura. >
Antes de tudo, organização da casa e o bom adestramento são fatores primordiais para uma boa convivência entre o pet e seu dono. Uma das primeiras decisões é eleger o espaço para as necessidades fisiológicas, descanso e lazer. Tendo em vista essa rotina definida de acordo com o layout da residência e a rotina do morador, todo trabalho de ensinar fará com que não aconteçam surpresas não esperadas com a questão de higiene e bagunças, revela o arquiteto Renan Altera.>
Mesmo com essas escolhas, sabemos que o pet, seja um cachorro ou um gato, costuma ter livre acesso a todos os ambientes do imóvel. Por isso, a arquiteta Carina Dal Fabbro destaca a importância da facilidade para manutenção do lar. Todos os materiais utilizados em casa devem propiciar condições para a lavagem e higienização constante. Alguns materiais, por sua composição delicada, não combinam com essa rotina. Mas sempre digo que a decisão certa não diminui em nada a estética do décor explica Carina.>
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Nos lares em que o pet é habitué dos móveis, o mercado também oferece opções que não danificam por conta das unhas dos bichanos. A arquiteta Júlia Guadix detalha que, quando o animal frequenta a cama, deve-se pensar em tecidos que não puxem o fio e não acumulem pelos, além de considerar o uso de um protetor impermeável para o colchão. Pensamento semelhante se faz presente no sofá, que deve ser escolhido com materiais mais resistentes como o suedes e ultrasuedes produzidos a partir de poliéster e com um toque macio que remete à camurça , couro, lona e até mesmo tecidos impermeáveis, conhecidos como acquablocks. Esses materiais favorecem o processo de limpeza com regularidade. E sempre indico considerar também a impermeabilização do sofá, diz Júli>
E para os pets que precisam passar um período sem a presença dos donos em casa? Hoje em dia, a tecnologia é uma aliada nessa convivência, com recurso como banheiros automáticos para cães e brinquedos interativos que liberam petiscos de acordo com a interação. Essas opções permitem que eles gastem a energia e não foquem nos elementos da residência. Também gosto de recomendar a instalação de câmeras, permitindo que o morador possa acompanhar a movimentação dos bichinhos mesmo quando não estão em casa, relata Renan. >
No tema bem-estar, é preciso verificar se existe perigoso para o seu pet no lar. Questões como o revestimento utilizado para o piso, até a altura do sofá e da cama devem ser analisados. Um chão muito liso e escorregadio pode ocasionar doenças osteoarticulares ao cachorro, alerta Carina.>
No tocante ao piso, o porcenalato e o vinílico são as opções imbatíveis em função da forma simplificada para limpar, sem contar que se tratam de materiais resistentes por não absorvem a urina do animal. Ambos não deixem nada a dever, já que para a decoração nos oferecem infinitas possibilidades de acabamento. E além de ver o nosso lado sobre a estética e praticidade na casa, nunca podemos deixar de na saúde e no bem-estar deles, diz Júlia, dona do Bolotinha.>
A arquiteta Karina Korn também é adepta da funcionalidade e de resoluções que não causem arrependimentos e gastos desnecessários. Um piso de madeira é magnífico em uma sala. Mas impensável em uma casa com pets, já que em pouco tempo veremos todas as marcas das unhas de cachorros e gatos. Quem gosta do efeito da madeira, pode partir para um porcelanato que simula de forma muito fidedigna os veios da madeira e que deixa tudo resolvido com água, pano e sabão neutro, defende. >
Mas além dos pontos abordados, Renan Altera compartilha um outro olhar bastante relevante. Segundo ele, é interessante observar se os acabamentos selecionados não evidenciarão os pelos, que invariavelmente, ficam soltos pelo chão da casa. Ninguém gosta de olhar para o chão e enxergar os pelos acumulados. E não dá para varrer toda hora, pondera Renan. Pensando nas paredes, a preferência é sempre pelas tintas laváveis na área reservada para os pets e, no caso do papel de parede, a prioridade é para as versões vinílicas. >
Para um cachorro adulto de grande porte, escadas podem não ser um grande problema. No entanto, quando se trata de cães com idade avançada de pequeno porte, a estrutura pode se tornar muito sério. Enquanto os cachorros mais velhos são acometidos por problemas referentes à própria idade, os menores, mesmo jovens, podem desenvolver disfunções nas articulações devido à altura dos obstáculos serem desproporcionais ao tamanho do pet, reforça Júlia. Neste caso, a indicação é produzir uma rampa sólida de madeira, revestida de borracha, para que o atrito permita ao animal a locomoção entre os diferentes andares. Também são indicadas rampas para subir e descer de camas e sofás, sem contar que os tapetes colaboram na movimentação mais segura. Para gatos, podemos criar prateleiras que os convidam a escalar e explorar a casa, diz a arquiteta. >
Para os pais de gato, a indicação é sempre instalar uma rede de proteção em janelas e varandas, já que eles estão sempre nesses locais da casa. Entretanto, a arquiteta Carina Dal Fabbro lembra que varandas com guarda-corpo vazado e janelas com peitoril baixo também podem ser perigosas para os cachorros. Com olhar atento, ela ainda recomenda cercar piscinas e banheiras externas de hidromassagem, assim como deixar, fora do alcance e em local fechado, produtos de limpeza e medicamentos.>
Nas recomendações finais e não menos preciosas objetos pequenos e pontiagudos que podem ser ingeridos e fiações expostas podem ser letais fatais para os bichinhos. No capítulo lixo, a área deve ser mais reservada e estar sempre fechado, afastando a possibilidade do animal, por seu instinto, mexer e engolir algo que faça mal a ele. Para quem cuida de pets e plantas, o conselho é deixá-las distante do acesso, já que algumas espécies causam intoxicações.>
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